Mais de 17 anos depois de matar a filha de três meses acidentalmente, um lavrador de 66 anos, recebeu perdão judicial do júri popular em Augustinópolis, na última terça-feira, 30. O homem atingiu a filha, que estava no colo da mãe, com um tiro de espingarda no ano de 2001, em um assentamento na região do Bico do Papagaio.

De acordo com a Defensoria Pública Estadual (DPE-TO) que defendeu o lavrador, os jurados entenderam que a morte foi ocasionada por um acidente e absolveram o homem. A DPE-TO explicou que ele estava manuseando uma espingarda de fabricação caseira, quando atirou sem intenção e atingiu o bebê.

Ficou provado para o júri que o tiro foi acidental. No Tribunal, o lavrador foi interrogado e reafirmou que não agiu com vontade de matar e que até hoje carrega um sentimento de pesar pela perda da filha.

O defensor público Alexandre Maia, que atuou na defesa, sustentou a tese de homicídio culposo e de perdão judicial. De acordo com o Código Penal, quando há homicídio sem a intenção de matar, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, considerando que as consequências da infração atingem diretamente o próprio atuante. “A absolvição foi uma forma de aliviar parte da dor, pois conseguiu mostrar à sociedade que ele não era um homicida”, disse o defensor.

A mãe da criança perdoou o esposo e também testemunhou em seu favor no Tribunal. Outras duas pessoas também foram ouvidas no julgamento que durou todo o dia. Atualmente, o casal tem uma família com cinco filhos e mora no interior do estado de Alagoas.