A situação da aldeia Takywrá dos povos Krahô, localizada no município da Lagoa da Confusão, no oeste do Tocantins, preocupa os indígenas que vivem no local. Nesta segunda-feira, 31, imagens enviadas ao Jornal do Tocantins mostram a água ocupando parte do quintal na comunidade e as casas praticamente alagadas pelas enchentes. 

O vice cacique da aldeia Takaywrá do povo krahô Takaywrá, Davi Camõc krahô Takaywrá, afirmou à reportagem que tanto os indígenas, como os animais estão ilhados no local.”Essa aproximação com os animais causa preocupação, porque como eles estão soltos devido às enchentes, o contato desses animais com as crianças, e até mesmo adultos, pode causar doenças através das fezes. Além do mais tem o gado que está ilhado. Nós ainda estamos bastante preocupados com os próximos meses, porque a enchente pode ser ainda maior em fevereiro e março”. 

De acordo com o vice-cacique, as lideranças já informaram à Fundação Nacional do Índio (Funai) e também à Defesa Civil sobre o problema na aldeia. Mas segundo o representante, a solução que esses órgãos oferecem aos indígenas é inviável para os povos. “Eles querem que os indígenas fiquem em um galpão na cidade, mas não queremos ir para a cidade porque estamos com medo da Covid-19 e sabemos que o número de casos aumentou nos últimos dias”.

Davi krahô Takaywrá também contou que os moradores da aldeia receberam algumas cestas básicas, mas ele diz que os alimentos não serão suficientes para os próximos dias. “Além do mais,  temos dificuldade na alimentação de qualidade já que não temos território, porque vivemos e uma área de reserva de um assentamento e não temos o direito de usufruir Saúde e Educação de qualidade, além do local não ser propício para plantação. Então não plantamos nada”.

O Jto aguarda retorno da Funai a respeito da situação dos indígenas na aldeia.

Desabrigados 

Em todo Estado, conforme o boletim da Defesa Civil desta segunda-feira, 35 pessoas estão desabrigadas devido às enchentes. Esses moradores estão em abrigos públicos ou locais cedidos pelo poder público.

Os desabrigados são dos municípios de Araguanã, Rio dos Bois, Pedro Afonso e Tupirama.

Hoje, 25 municípios estão com acompanhamento mais aproximado dos órgãos, porém a Defesa Civil Estadual e o Corpo de Bombeiros monitoram todas as regiões com problemas em razão das enchentes e inundações.

A Defesa Civil informou que quanto aos desalojados, como estão na maioria dos impactados pelas enchentes e estão retornando por conta própria para suas casas, o órgão só terá os números exatos no final deste retorno.