Com a expectativa de construir um hospital de referências na região Norte do País e realizar 1.472 consultas mensais, a Universidade Federal do Tocantins (UFT) vem tentando viabilizar recursos para a construção e implantação do Hospital Universitário (HU), que será vinculado à instituição. Além de atender as demandas locais, a unidade também pretende receber pacientes dos estados que fazem divisa com o Tocantins.

De acordo com o presidente da Comissão da Implantação do Hospital Universitário, o professor assistente do curso de medicina e cirurgião do aparelho digestivo, Itagores Hoffman Lopes Sousa Coutinho, o hospital tem o objetivo de ser uma referência de formação na área da Saúde e de qualidade.

Segundo ele, o local vai ofertar, principalmente, atendimentos de alta complexidade, como por exemplo, cirurgias cardíacas, neurocirurgias e cirurgias videolaparoscópicas. “Com a conclusão do hospital, poderíamos encontrar soluções para doenças como leishmaniose, ou seja, poderíamos investir recursos no tratamento desses pacientes”, vislumbra.

Atraso

A obra do HU não saiu do papel. De acordo com os estudos de impactos ambientais, a previsão para que o empreendimento ficasse pronto, desde o projeto até o final da sua construção, era de 61 meses. Esse tempo é dividido em etapas, sendo a 1ª destinada à elaboração e aprovação dos projetos, com previsão de conclusão ainda em janeiro de 2015. Os projetos foram feitos.

A 2ª etapa, que consistia na licitação da empresa responsável pela construção, está emperrada porque as duas primeiras colocadas no pregão estão em disputa judiciais, por isso a obra sequer foi iniciada. A 3ª, que seria a construção em si, tinha prazo estimado de 36 meses e a previsão era que fosse concluída em junho deste ano. E, por fim, a unidade seria limpa e equipada ficando pronta para entrar em operação em 2019.

Estrutura

Coutinho explica que todas as especialidades médicas seriam atendidas no local. No projeto, o hospital pretende ter 400 leitos de internação, incluindo 70 leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), um centro cirúrgico com 16 salas, serviço diagnóstico, com uma área aproximada de dois mil metros quadrados, e uma unidade ambulatorial com 46 consultórios para atender diversas especialidades.

“É uma estrutura muito grande. Atualmente nossa grande preocupação é que existem pacientes no Estado que não são cobertas no Tocantins, por exemplo, cirurgias cardíacas em crianças. Se tivéssemos esse hospital com certeza elas não estariam morrendo ou sendo transferidas para outros lugares. Outro exemplo seria os transplantes. Como eu disse, a intenção é que ele seja uma referência em alta complexidade”, frisa.

Implantação

Ainda conforme o presidente, os recursos para a obra, que está orçada em aproximadamente R$ 142 milhões, deveriam ser providos do Ministério da Educação (MEC), no entanto, até o momento houve a garantia apenas de R$ 27 milhões do órgão, que seriam destinados através de emendas parlamentares de deputados federais do Tocantins. “O que precisamos agora é tentar convencer a classe política para apoiar esse projeto. No nosso atendimento é preciso mostrar a importância do hospital universitário para o Tocantins e região norte”, completa.

O Hospital Universitário da UFT expecta se tornar centro de pesquisa para os setes cursos da área da Saúde da Universidade, além de agregar áreas que de outras graduações, como Administração e Direito. “Com certeza, além dos da área da Saúde, também agregaremos atuação de outros cursos na unidade hospitalar”, ressalta.

A área onde o hospital será construído fica localizada na Quadra ACSU -SO 130, da Avenida NS 01. O terreno possui uma área útil de 48.000 m², dos das quais 34.767 m² serão de áreas construídas. O local foi doado pelo Governo Estadual, conforme publicado no Diário Oficial do Estado do Tocantins, de 4 de junho de 2014, através da Lei N° 28 70 do mesmo ano.