Quem tem filhos de quatro patas sabe bem o quanto os bichinhos se apegam e o quanto ficam tristes na ausência dos donos. Viajar nas férias e não poder levar o pet junto é também um momento de sofrimento para quem tem animais de estimação. Uma boa opção é deixar o animal num hotel próprio para pets onde ele possa se socializar com outros animais, brincar e passar o tempo de forma a amenizar a falta que sente de seu dono.

Em Palmas, há três anos, a bióloga Késia Abreu juntamente com seu esposo Joãos que é administrador, resolveram montar uma creche domiciliar só para cachorros, que nos períodos de férias se transforma em hotel com diária mínima de R$ 35,00 (depende do porte do animal). Ambos têm curso de adestramento e comportamento animal e fazem parte de um organização não governamental de proteção aos pets.

Késia conta que a partir do dia 20 deixa de receber animais para a creche, retornando só no dia 10 de janeiro. Até lá, o local será um hotel com 20 vagas, todas já preenchidas. “Como a gente trabalha num sistema onde os cães ficam 100% do tempo livres e soltos, e não trabalha com canis nem baias, a procura do nosso serviço é alta, porque a gente hospeda o cachorro como se fosse na própria casa do dono. É um ambiente livre de estresse, o cachorro dorme dentro de casa no ar condicionado, passa o dia brincando também. Então esses cães que não conseguem ficarem presos, que não têm esse costume, se adaptam melhor ao nosso ambiente”, pondera Késia, lembrando que muitos clientes já procuram agendar a hospedagem em outubro.

Requisitos

Entre os hóspedes desta temporada, alguns ficarão só por um final de semana, outros de dez a 46 dias. A preferência é por animais de pequeno porte, mas tem alguns hóspedes bem grandões; o importante mesmo é ser sociável. No caso de fêmeas, elas não podem estar no cio; os machos devem ser castrados; a vacinação tem que estar em dia, e os animais devem ser livres de parasitas, problemas de pele ou outras doenças transmissíveis.

Para Késia é fundamental que dono pense no bem-estar do animal quando for viajar, já que nem sempre dá para levar o pet. “É importante que deixe num ambiente onde tem profissionais que saibam realizar esse cuidado. Muitas pessoas optam por deixar na casa de parentes ou de amigos, e o animal acaba fugindo porque a pessoa não tem o controle do portão, aquele cuidado especial que a gente tem. Aqui a gente tem todo um planejamento para evitar fuga dos cachorros, para evitar e conter brigas, sabe observar o comportamento deles e deixar a matilha mais equilibrada”, afirma.

Uma das clientes de hotel domiciliar é a fisioterapeuta Emanuelle Miranda que viaja tranquila, na certeza de que seus animais estão bem cuidados. “Quando você tem um animal que você cuida como um filho como é o caso dos meus aqui, a gente sente demais, porque quando a gente viaja eles ficam muito tristes, sentem muito a falta da gente. No hotel, eles estão seguros, estão bem cuidados, estão brincando e se distraindo, porque lá tem um monte de outros animais para brincar, e ainda tem a késia e o João que brincam, cuidam, alimentam, dão água, estão ali com eles 24 horas do dia. Viajo tranquila sem preocupação, sabendo que o animal está lá bem cuidadinho, se divertindo, vale muito a pena”, ressalta.

Clínicas

Algumas clínicas como a do veterinário Antônio de Lisboa Moraes também oferecem hospedagem. Moraes lembra que o foco de sua clínica não é a hospedagem, mas sensibilizado com a angústia dos clientes e por amar muito animais, ele construiu 21 baias cuja diária sai a R$ 30,00. O local tem um funcionário para deixar tudo limpo e alimentar os animais.

“As baias são individuais, mas tem aqueles casos de proprietários que têm dois ou três animais que são acostumados a ficar juntos e que pode se hospedar na mesma baia; tem espaço suficiente para deixar três animais juntos, são baias amplas”, diz.

Aos finais de semana e feriados os animais são soltos no quintal. “A gente faz a seleção daqueles que se adaptam entre eles e deixa passear aqui no pátio que é grande, para eles andarem e se distraírem”, complementa, informando que ainda há vagas, mas que é bom correr porque normalmente de 23 de dezembro a 3 de janeiro, a taxa de ocupação é de 100%.

Moraes também reforça que o dono deve pensar no bem-estar do animal. “Para o animal é importante, porque por mais que deixe com o vizinho ou alguém conhecido é sempre problema. Quando volta o animal está doente, daí vem para o veterinário. Para o bem estar do animal é importante achar um bom local, alguém que cuide, que tenha um ambiente bom. Aqui em Palmas tem bons ambientes em que o animal fica confortável”, conclui.