O Instituto de Neurologia de Goiânia (ING) informou, em nota, na manhã desta quinta-feira (6) que ainda não foi comunicado sobre a decisão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que determinou o retorno de João Teixeira de Faria, de 77 anos, o João de Deus, à prisão. No entanto, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) informou que o telegrama do órgão com a decisão já está na mesa da juíza Rosângela Rodrigues, da Comarca de Abadiânia, a cerca de 90 km da capital.

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Na nota, João de Deus, de acordo com a equipe médica do hospital, já pode ter alta e sua saída do ING depende, agora, da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária de Goiás (DGAP). A pasta, também em nota, informou que ainda não foram notificados.

Na semana passada, após nova avaliação, os médicos que acompanham o paciente encaminharam um laudo à justiça informando que João Teixeira de Faria está em condições de ter alta da internação hospitalar, mas necessita de acompanhamento home care (cuidados em casa). A oferta ou não deste serviço (home care) deve ser definida pela justiça e pela DGAP.

Décima denúncia

Na última terça-feira (4), os promotores da força-tarefa do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) ofereceram a décima denúncia contra João Teixeira de Faria, de 77 anos, o João de Deus. Esta é a oitava ação contra o médium protocolada no Fórum de Abadiânia por crimes sexuais. As vítimas são do Distrito Federal, de São Paulo e do Paraná.

De acordo com a nova denúncia, João de Deus praticou violação sexual mediante fraude contra dez vítimas. Os crimes aconteceram na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, durante o atendimento coletivo, no local conhecido como Sala da Entidade, enquanto as vítimas passavam pela fila de atendimento. Cinco vítimas, cujo os crimes estão prescritos ou sob decadência, figuraram como testemunhas. Elas são Distrito Federal, Goiás e São Paulo. 

Na denúncia, a força-tarefa relata que ao final do atendimento, João de Deus ficava sentado em um trono, aguardando para ter contato com os visitantes. No momento desse atendimento, as vítimas se ajoelhavam perante o médium e este, aproveitando-se da situação e sob a alegação de realizar um atendimento espiritual, esfregava a mão da vítima sobre seu órgão genital.