Quatro corretores, suspeitos de praticarem sonegação fiscal no comércio de cereais, estão presos na Casa Provisória de Araguaína, Norte do Estado, após a deflagração da Operação Falsário na última quarta-feira, 13. A ação da Polícia Civil é um desdobramento da Operação Joio, realizada no ano passado, para investigar um grupo criminoso que criava empresas e falsificava documentos para emissão de notas fiscais fraudulentas sob a venda de cereais. O prejuízo estimado aos cofres públicos é de R$ 50 milhões.

De acordo com o delegado Vinícius Mendes, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra a Ordem Tributária (DOT), são alvos da operação corretores de grãos de Guaraí, Miracema no Tocantins e Balsas, no Maranhão, envolvidos com a abertura de empresas em nome de laranjas, visando à sonegação fiscal.

Mendes explicou que as investigações tiveram início em 2016, quando auditores da receita estadual procuraram uma empresa cadastrada em um endereço residencial para fiscalização, no entanto, constataram que ela não funcionava. “Os auditores apuraram que a empresa nunca teria funcionado de fato no local, bem como teriam lavrados autos de infração que geraram dívidas com o fisco no valor mais de R$ 500 mil”, afirmou.

Além dos quatro presos, há mais um alvo que seria contador cassado e chefe do grupo criminoso, no entanto, ele está foragido. Para a Polícia, o contador seria responsável pela criação das empresas em nome de laranjas, e falsificações de documentos públicos e particular a um empresário de grãos do Maranhão que também se beneficiaria com o esquema para não pagar tributos. Outros dois corretores de Guaraí e Miracema também estariam agenciando as vendas dos grãos sem nota fiscal, causando prejuízo à Fazenda Pública do Tocantins.  

As investigações apuraram ainda que o grupo criminoso utilizava-se de várias outras empresas fantasmas para o comércio de grãos com quase todos os estados do Nordeste gerando prejuízos estimados à Fazenda Pública da ordem de mais de R$ 50 milhões.

Durante as buscas em Miracema, Guaraí, Araguaína e Balsas (MA), policiais apreenderam documentos ligadas às empresas que estariam sonegando imposto. Os quatro presos estão recolhidos e devem ser ouvidos durante todo o dia nesta quinta-feira, 14.