O governo depositou R$ 980 mil na conta da Cooperativa dos Médicos Anestesiologistas do Tocantins (Coopasnet) conforme informou o presidente da Coopasnet, Mário Sergio Fortes Borges. “O valor é irrisório e não representa nem 7% do quando o governo deve aos médicos”, comentou o presidente da Coopasnet, Mário Sergio Fortes Borges. 

A dívida inicial do Estado com os anestesistas é de mais de 13 milhões vencidos, que vem se arrastando desde setembro de 2015. “Se pegarmos o valor depositado e dividirmos em 11 meses pelos quase 100 anestesistas cooperados do Tocantins, não dá nem mil reais por mês”, comentou, mas não informou a quantidade exata de anestesistas que trabalham no Estado. 

Por isso, segundo Borges, os anestesistas continuam trabalhando com escala reduzida. “Não podemos fazer greve, a lei não permite, mas estamos com escala reduzida de trabalho”, explicou. A categoria somente está realizando as anestesias de cirurgias de urgência e emergência como forma de pressionar o governo, conforme explicou o presidente. “Em todas os hospitais regionais os anestesistas estão trabalhando, mas somente nas cirurgias que os cirurgiões solicitam anestesia em caráter de emergencial”, destaca. 

Falta de materiais 

Borges também afirma que além da falta de pagamento, em todas as unidades faltam matérias e equipamentos adequados para a realização das anestesias. “A saúde do Tocantins está um caos. Aqui em Gurupi se eu fosse levar ao pé da letra não faria anestesia. Tenho que improvisar”, declarou. De acordo com ele, está faltando equipamentos e materiais, inclusive, agulhas para o procedimento. 

No Hospital Geral de Palmas (HGP), a situação é a mesma. Um vídeo gravado pelo o eletricista Itaeres Pereira de Sousa, de 46 anos, que está internado no HGP desde o último dia 5, enviado ao Jornal do Tocantins, servidores da unidade informam que os anestesistas estariam de greve e que não tem material para realizar diversas cirurgias eletivas. 

Greve

Há mais de 24 horas o médico anestesista Roberto Corrêa Ribeiro de Oliveira, que atua em Araguaína, Norte do Estado, está em greve de fome. Ele informou por meio de carta que só voltará a comer quando o governo pagasse a dívida.