Em meio às tentativas para se chegar a um acordo para o fim da paralisação dos servidores públicos estaduais do quadro geral, educação e saúde, o Governo estaria estudando medidas mais fortes, entre as quais a demissão de professores contratados em escolas que estão em greve. Isso valeria até a solução do impasse entre servidores e Governo. 

Fontes palacianas não confirmam, mas também não desmentem que secretários e presidentes de autarquias estariam recebendo documentos pedindo que façam listas de comissionados e contratados que poderão ser demitidos em outubro. O objetivo seria a redução de no mínimo 20% dos recursos gastos com servidores não efetivos. 

Caso se confirmem, com essas medidas o Governo espera diminuir o comprometimento de suas receitas com a folha de pagamento, hoje já acima do limite legal (49%) tolerado pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), e de certa forma faria também pressão para o fim da greve. 

Ontem, representantes das categorias dos servidores públicos do Estado consideraram inviável a proposta apresentada pelo governo para o pagamento da data-base. O Movimento de União dos Servidores Públicos Civis e Militares do Estado do Tocantins (Musme) decidiu que cada sindicato vai deliberar a proposta com os servidores, para que eles possam construir uma contraproposta.

O governo propôs a implementação do valor integral da data-base 2016, que será dividida em três parcelas em 2017. Sendo que, em janeiro de 2017, seriam 2% de implemento, a segunda parcela, também de 2%, para o mês de maio e os demais 5,83 % para outubro. Além disso, a proposta atende outra reivindicação: a redução da jornada de trabalho para 6 horas diárias corridas a partir de outubro deste ano.

“Queremos debater uma proposta com a base, que é quem mais é afetada”, comentou o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos do Estado do Tocantins (Sisepe), Cleiton Pinheiro. Na próxima terça-feira, com todas as contrapropostas construídas, os representantes se reunião para analisar as propostas. “A proposta que tiver maior pontuação será a escolhida para apresentar ao governo”, comentou Pinheiro.

A greve já tem mais de 40 dias e engloba servidores do quadro geral, da educação e da saúde.