No Tocantins, de 2020 até o dia 25 deste mês, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES), 55 pacientes foram diagnosticados com neoplasia maligna dos brônquios dos pulmões, que é um tipo de câncer de pulmão.

Ainda segundo a pasta, em 2018 foram atendidos nos serviços, 1.446 pessoas, sendo 614 do sexo masculino e 832 do sexo feminino. Em 2019 este número baixou para 1.114 pessoas, sendo 506 masculinos e 508 femininos.

Já em 2020, durante a pandemia e as medidas de reclusão e prevenção, apenas 200 pessoas foram atendidas, 98 do sexo masculino e 122 feminino. Neste ano de 2021, o serviço atendeu 138 pessoas da faixa etária de 18 a 60 anos, sendo 38 pessoas acima de 60 anos.

Depois de passar sete anos no vício do cigarro, um enfermeiro em Palmas, 24 anos, que não quis ter sua identidade revelada, afirma que está há mais de um ano tentando deixar a nicotina. "Agora estou conseguindo deixar o cigarro. Mas não foi fácil, todo dia é uma luta diária. porém, depois que decidi largar o vício, tive mais qualidade de vida. E nessa luta contei muito com o apoio da minha esposa", conta o profissional da saúde.

O cigarro mata mais de oito milhões de pessoas por ano e, em tempos de Covid-19, os dados se tornam ainda mais alarmantes. Estudos científicos publicados este ano mostram que os fumantes têm maior risco de desenvolver doença grave e morte pelo novo coronavírus do que não fumantes. O Jornal do Tocantins questionou quantos fumantes haviam morrido de Covid-19 no Estado, porém, a SES informou que não tem essa pesquisa em seu banco de dados.

A Secretaria de Estado da Saúde informa que o tabagismo é uma doença resultante da dependência à nicotina que é encontrada em todos os derivados do tabaco  que causam cerca de 50 doenças, dentre elas vários tipos de câncer (pulmão, laringe, faringe, esôfago, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia), doenças do aparelho respiratório (enfisema pulmonar, bronquite crônica, asma, infecções respiratórias), doenças cardiovasculares (angina, infarto agudo do miocárdio, hipertensão arterial, aneurismas, acidente vascular cerebral, tromboses) entre outras doenças tabaco-relacionadas. 

Especialista

Por esses e outros motivos, uma especialista entrevistada pelo Jornal do Tocantins, diz que o Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado nesta segunda-feira, 31 de maio, é duplamente importante para quem quer ou precisa parar de fumar agora. Uma decisão desafiadora, especialmente diante do atual momento de estresse social e econômico gerado pela pandemia. 
 
Mas, esse cenário não pode ser um impeditivo. Segundo a oncologista Marina Vasco o resultado da continuidade do vício tende a ser ainda pior. “O tabagismo é a maior causa de câncer e morte evitável do mundo, responsável pela maioria dos casos de tumores no pulmão e grande parte dos acidentes cerebrovasculares e ataques cardíacos mortais. O cigarro também está associado ou é fator de risco para o desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço, esôfago e pâncreas, assim como para muitas patologias buco-dentais, além de pâncreas e bexiga”, afirma.
 
A oncologista ainda diz que atualmente é possível dizer que o tabagismo é um fator de risco para complicações da Covid-19. “Devido a um possível comprometimento dos pulmões, os fumantes têm riscos maiores de desenvolver sintomas graves da doença. O uso do tabaco causa vários tipos de inflamação e prejudica os mecanismos de defesa do organismo, por isso, os fumantes têm maior risco de contrair infecções por vírus, bactérias e fungos. Ou seja, é um risco maior porque o cigarro aumenta as chances de ter complicações no pulmão”, completa Marina.