Os promotores da força-tarefa do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) ofereceram nesta terça-feira, 4, a décima denúncia contra João Teixeira de Faria, de 77 anos, o João de Deus. Esta é a oitava ação contra o médium protocolada no Fórum de Abadiânia por crimes sexuais. As vítimas são do Distrito Federal, de São Paulo e do Paraná.

De acordo com a nova denúncia, João de Deus praticou violação sexual mediante fraude contra dez vítimas. Os crimes aconteceram na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, durante o atendimento coletivo, no local conhecido como Sala da Entidade, enquanto as vítimas passavam pela fila de atendimento. Cinco vítimas, cujo os crimes estão prescritos ou sob decadência, figuraram como testemunhas. Elas são Distrito Federal, Goiás e São Paulo. 

Na denúncia, a força-tarefa relata que ao final do atendimento, João de Deus ficava sentado em um trono, aguardando para ter contato com os visitantes. No momento desse atendimento, as vítimas se ajoelhavam perante o médium e este, aproveitando-se da situação e sob a alegação de realizar um atendimento espiritual, esfregava a mão da vítima sobre seu órgão genital.

Habeas corpus

Na tarde desta terça-feira (4), a maioria da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou os dois pedidos de habeas corpus de João Teixeira de Faria, de 77 anos, o João de Deus. A defesa do réu havia feito o pedido em relação aos processos por crimes sexuais e a posse de armas. O médium é réu por violação sexual, estupro de vulnerável, posse ilegal de arma de fogo e falsidade ideológica, mas nega todos os crimes.

Os ministros do STJ Néfi Cordeiro, Laurita Vaz, Rogerio Schietti Cruz e Antonio Saldanha Palheiro decidiram negar o pedido e ainda cassar a liminar que permitia a internação de João de Deus no Instituto Neurológico de Goiânia. Apenas Sebastião Reis Junior votou a favor do pedido. De acordo com a assessoria do STJ, o médium já apresenta sinais de melhoras de saúde, e por isso pode continuar recebendo tratamento médico na prisão.

No domingo (2), venceu a prorrogação da internação de João de Deus no Instituto de Neurologia de Goiânia. Em 22 de março deste ano, o médium foi transferido para a unidade e a princípio deveria permanecer em tratamento por quatro semanas. Em abril, a defesa entrou com um novo pedido para que o João de Deus continuasse internado e o ministro Nefi Cordeiro estendeu o prazo por mais 10 dias. Assim que o prazo venceu, foi protocolado um novo pedido e desta vez o ministro ampliou o prazo por mais 30 dias.