Atualizada dia 7.3 às 21h

A família do ex-vereador Lúcio Campelo (MDB), que se encontra intubado e sedado em um hospital particular de Palmas, ajuizou uma ação neste domingo, 7, por meio da Defensoria Púbica para conseguir uma vaga de UTI pública para o político. 

Esta é a segunda infecção do ex-vereador pelo novo coronavírus. Em maio de 2020, após seu primeiro diagnóstico, em áudio nos grupos de WhatsApp e em entrevista ao JTo, Campelo defendeu que se o paciente diagnosticado com a Covid-19 fizesse uso de hidroxicloroquina associado à azitromicina desde o começo da confirmação da doença não precisara ir para o hospital.

“Eu posso afirmar para vocês com base na experiência pessoal e individual que estou passando enfrentando o combate ao coronavírus individualmente/pessoalmente no meu organismo, posso dizer uma coisa para vocês: quem fizer o teste e no início descobrir que está testado positivo e começar a tomar hidroxicloroquina com azitromicina e o zinco não vai no hospital não”, disse à época.

Internado desde o final de fevereiro, com a Covid-19 confirmada por RT-PCR no dia 1º, Campelo teve as despesas custeadas até agora por meio de ação da família. No dia de sua internação, no dia 27 de fevereiro, a família pagou R$ 10 mil de entrada no Medical Center. No dia 2 de março, data em que o pneumologista indicou tratamento de UTI, a família precisou pagar mais R$ 35 mil para pagar as despesas de UTI no Hospital Santa Thereza, único com vaga naquele dia, por 5 dias, que vencem neste domingo, 7. 

Neste sábado, os rins de Campelo apresentaram problemas e ele pode precisar de hemodiálise e mais tempo na UTI, mas, segundo o defensor público Freddy Alejandro Solórzano Antunes, que assina a ação, a filha do ex-vereador e sua procuradora, afirma que a família não tem condições de contratar mais diárias.

Conforme o pedido, a menor quantidade que o hospital aceita ser pago é de 5 dias. A filha afirma que Campelo, ela e o marido estão desempregados e sem condições de arcar com as despesas. 

O defensor afirma que o pedido de vaga está regulação do SUS para uma UTI pública, mas apesar de vagas no Hospital Geral de Palmas (HGP), a família soube que há filas para os leitos, o que o motivou a ingressar com a ação.

O pedido é que o Estado seja obrigado a disponibilizar imediatamente uma vaga em UTI no próprio HGP, ou, em outro hospital público ou privado, em qualquer estado do país, além dos custos de eventual remoção. 

Freddy Antunes também apresenta, como alternativa, que a Justiça determine que Campelo seja mantido no Santa Thereza, por falta de vaga em leito de UTI no HGP, que o Estado seja condenado a pagar as despesas globais de todo tratamento durante o período de internação dele.