Com cartazes pedindo Justiça, amigos e familiares de Samylla Lorrany Marques de Sousa realizaram na manhã desta quinta-feira, 4, em frente à Assembleia Legislativa (AL), em Palmas, um protesto para cobrar providências quanto às investigações sobre o desaparecimento da jovem de 23 anos.

O paradeiro de Samylla é desconhecido desde o dia 21 deste mês, quando o namorado Brian Felipe Inomata e o amigo Adagilson Taveira Bezerra foram mortos por policiais que investigavam o envolvimento dos mesmos com o tráfico de drogas.

“Ontem eu fui à delegacia e me disseram que não têm novidades. Liguei hoje novamente e nada. A sensação que tenho é que não estão se mexendo, se movendo para investigar nada. Já pedi para fazerem buscas nas matas, porque estou desesperada. Já tem 13 dias que ela sumiu. A polícia diz que eles trabalham com a hipótese dela estar viva. Eles até perguntaram se ela tem parentes fora do Estado e eu disse que os familiares e amigos mais próximos são todos de Palmas”, conta emocionada a mãe da jovem, a camareira Dinalva Soares de Sousa.

Dinalva ainda diz que não tem dúvidas de que a filha estava na casa no momento do confronto com os policiais. “Tenho certeza que ela estava lá, ela tinha combinado com o Adagilson dele ir lá buscá-la, entre duas e três horas da tarde, para lavar roupas dela e dele aqui em casa. Pouco tempo depois eles foram mortos, por isso que tenho certeza que ela estava lá”, conta mãe, que trocou mensagens com filha por meio de aplicativo por volta das 14 horas.

A mãe descarta a informação de que a filha esteja envolvida com o tráfico, segundo ela, a jovem era apenas usuária. “Estão aparecendo muitas críticas. As pessoas estão julgando ela, sem saber o que realmente aconteceu, como se ela fosse traficante e tudo. Mas ela não deve nada para a população. Ela já pagou seu preço quando foi presa. Depois da cadeia ela mudou. É outra pessoa. Quero saber da minha filha e se estiver morta tenho o direito de enterrá-la”.

Já as Polícias Militar e Civil garantem que Samylla não estava presente no local da ação desenvolvida no dia 21 de novembro pela Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc) e pela Força Tática do 6º BPM, e que a mesma responde pelos crimes de tráfico e porte ilegal de arma de fogo.

 “Essa é a primeira vez que ela some e não dá notícias. Ela morava no caso com o namorado. A última notícia que tivemos é que o Adagilson foi buscá-la e ele inocentemente morreu. Quando a polícia matou os dois estavam na casa. A única certeza que eu sei é que minha filha estava na casa, quando a polícia matou os dois jovens. Ela morava na casa e não foi lá apenas para visitar como estão dizendo”.

No protesto, também emocionada a dona de casa Maria de Jesus Soares de Sousa, tia da jovem, pediu por Justiça e agilidade nas investigações por parte da Polícia Civil. “É muita angústia. Estou me apegando a Deus e pedindo que ela apareça. Quero pedir às pessoas que se viram algo, que possa nos ajudar”.

Polícia Civil

Em nota, a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) afirma que Samylla Lorrany Marques de Sousa,  não estava presente no local da ação desenvolvida no dia 21 de novembro pela Delegacia Especializada de Repressão a Narcóticos (Denarc) da Polícia Civil do Tocantins e pela Força Tática do 6º BPM da Polícia Militar.

Sobre o desaparecimento da jovem, a pasta se limitou a informar que a Polícia Civil abriu procedimento investigativo e que segue em diligência, para elucidar o caso.