A Polícia Civil em Araguaçu investiga a morte da Angelina Macedo de Farias, de 62 anos, após a família dela registrar um Boletim de Ocorrência na sexta-feira, 17, na 91ª Delegacia de Polícia de Araguaçu. A família pede apuração policial apontando homicídio culposo na morte da paciente, ocorrida na terça-feira, 14, depois de receber alta da UTI do Hospital Regional de Gurupi e ser transferida, de ambulância comum, para o Hospital Estadual de Araguaçu.
 
Radicada em Goiânia, a administradora Núbia Borges Macedo, 43 anos, filha da vítima relatou o caso ao delegado Emerson do Amaral Gonçalves radicada na manhã de sexta-feira e pediu apuração sobre a liberação e transferência da mãe dela.
 
O documento, ao qual o JTo teve acesso, relata que a mulher ficou internada de 1º a 14 de julho e após três testes teve o diagnóstico para o novo coronavírus no dia 6. Núbia conta que soube que a mãe recebeu alta pela médica Elisa Duarte, por volta das 15 horas do dia 17. Segundo a filha, apenas o motorista e um técnico de enfermagem foram com ela de Gurupi a Araguaçu na companhia da mãe.
 
A mulher deu entrada no Hospital Estadual de Araguaçu às 17h45, já desacordada. Segundo o documento, o hospital de Araguaçu constatou que os medicamentos enviados pelo Hospital de Gurupi eram insuficientes para terminar o tratamento. Esse fato, conforme o BO, motivou uma ligação da diretora técnica do Hospital, identificada como Sumaia, para a médica de Gurupi, em viva voz.  A médica de Gurupi teria pedido a volta da ambulância para enviar a medicação necessária.
 
Angelina faleceu aproximadamente uma hora depois de dar entrada no hospital e não foi entubada por falta de peças no ventilador mecânico do hospital. A filha disse ao delegado ter as gravações dos diálogos e o prontuário da mãe como provas do que narrou. O Termo Circunstanciado do caso aberto pela Polícia Civil está registrado na 1ª Escrivania Criminal de Araguaçu sob a supervisão da juíza Keyla Suely Silva da Silva. 
 
Na quarta-feira, 15, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) anunciou que abriu investigação interna para apurar se houve irregularidade na transferência da paciente.
 
O JTo contatou a Secretaria da Saúde para se manifestar sobre o caso. Também tenta contato com as duas médicas citadas no Boletim Policial. Assim que tiver as manifestações, elas serão publicadas.  
 
A SES encaminhou a seguinte nota:

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) lamenta o falecimento da Sra. Angelina Macedo, se solidariza com a dor da família e coloca-se à sua disposição para auxiliar no que for preciso.

A SES informa que solicitou relatórios da Comissão de Avaliação de Prontuário e do Comitê de Ética Profissional, do Hospital Regional de Gurupi e informações do Hospital Regional de Araguaçú, para esclarecer o atendimento destinado à paciente, desde a entrada nas unidades hospitalares, até o momento do óbito.

A SES destaca que após recebimento dos relatórios tomará as devidas providências junto à Corregedoria da Saúde e ao Conselho Regional de Medicina (CRM), para esclarecer os fatos e as possíveis responsabilidades. Por fim, a SES coloca-se à disposição das autoridades policiais e órgãos de controle para os esclarecimentos necessários ao caso.