Técnicos em Defesa Social (TDS) lotados no Centro de Reeducação Social Luz do Amanhã (CRSLA), em Cariri do Tocantins, a 257 km de Palmas, reclamam que a Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju) não tem oferecido condições dignas de trabalho para que eles possam atuar na unidade que possui 341 pessoas privadas de liberdade.

A principal reclamação dos servidores, conforme Jenaldo Taveiro Santos, integrante da Comissão de Representatividade dos Técnicos em Defesa Social de Cariri, é a falta de transporte para levar os TDS à unidade que fica na zona rural, a 18 km de Gurupi e a 50 km de Cariri do Tocantins.

Ele afirmou que anteriormente o transporte era oferecido pela unidade, porém, após um desentendimento interno com a direção do CRSLA, a condução deixou de ser oferecida, ficando sob posse apenas da chefia. “Muitos não iriam comparecer ao trabalho ontem por falta de veículo próprio, dependemos de caronas para ir trabalhar”, alegou Santos.

Ele relata que o CRSLA possui apenas um colete balístico e que os 90 TDS lotados na unidade utilizam capas de coletes sem as placas balísticas, dificultando o trabalho de segurança diário. “São apenas de enfeite”, denunciou.

Conforme Santos, a máquina de raio-x, utilizada para fazer revistas aos visitantes, não funciona desde que foi doada pelo Ministério da Justiça (MJ) em 2017 e a revista é feita manualmente.

Sobre a falta de equipamentos de segurança no CRSLA, Santos informou que a Seciju recebeu um requerimento administrativo solicitando mais itens, entretanto, até o momento, eles não foram atendidos. “O risco de rebelião aqui é alto”, destacou. O servidor e um colega levaram uma denúncia sobre o perigo que os TDS têm passado ao Ministério Público do Estado (MPE).

Além disso, ele alega que não há munições suficientes nas armas da unidade. Os TDS também reclamam que o Estado não oferece cautela de armas para os concursados do Sistema Penitenciário. “Ficamos a mercê dos bandidos”, destacou.

Outra reclamação dos servidores de Cariri é que a unidade não recebeu reparos desde o último motim ocorrido em 2015. “Todos os presos estão soltos nos pavilhões. As celas não tem grade, nem cadeado”, apontou Santos.

Seciju

Em nota, a pasta informou que serão investidos mais de R$ 80 milhões em 2018 no Sistema Penitenciário. O Estado também será beneficiado com mais R$ 15 milhões pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), onde 30% devem ser investidos na construção, reforma e ampliação de unidades prisionais.

A Seciju também comunicou que foi iniciado um processo para a reforma do CRSLA e a ampliação da segurança da unidade. A respeito da falta de transporte, munição e coletes balísticos, até o fechamento desta edição, a pasta não se pronunciou.