Após as extinções de contratos com servidores estaduais, ainda no início de janeiro desde ano, uma série de serviços foram afetados como saúde, trânsito e também os serviços das delegacias pelo Estado. Entretanto, somente na última semana que os problemas com a falta de atendimento ao público, serviços gerais e a vigilância patrimonial começaram a aumentar, já que muitos servidores, que ainda esperavam uma possível renomeação, pararam de trabalhar após aviso da Delegacia Geral.

Conforme o presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado (Sindepol), delegado Mozart Felix, com essa ordem, os problemas começaram a acumular. “São muitos colegas relatando os problemas desde o início da semana em todo o  Estado, mas as demandas acabam ficando mais evidentes nos complexos de delegacia de Palmas e Araguaína, que têm grande circulação de pessoas ao longo do dia. As unidades estão sofrendo com a falta de equipe de limpeza, recepcionista, vigilante e outros serviços gerais. Percebemos mais uma vez o desrespeito à segurança pública”, explica o presidente. 

Situação

“As exonerações em massa do Estado afetam diretamente a Polícia Civil e seus serviços básicos. Vejo que não houve um planejamento, um estudo de caso das necessidades básicas das unidades policiais”, relata um delegado do Estado, que não quis se identificar. O servidor afirma que ainda não existe nenhuma perspectiva para resolver o problema sinalizado pela gestão.

“Não há informação sobre contratação ou remanejamento de servidores. A ordem inclusive é que a vigilância do local seja feita por policiais por meio de escalas. O que não é coerente nem imprudente, pois colocamos policiais com função de investigar para realizar outras atividades”, relata ao afirmar que essa medida inclusive afeta o andamento dos inquéritos policiais em andamento, já que os agentes são desviados de suas funções.

“Os prejuízos são grandes, desde serviços como limpeza, que vem deixando os locais com pouca higiene. Até a questão de provas e evidências sem segurança devido à falta de vigias. E até mesmo o atendimento ao público, que o cidadão já chega em um momento de vulnerabilidade e fica sem ter alguém para procedimentos básicos”, finaliza.

Outros problemas

Além da falta de servidores para os serviços gerais e patrimoniais, o presidente do Sindepol Felix informa que as delegacias do Estado sofrem também com outros problemas como a manutenção de prédios, veículos sem revisão, problemas com a internet e aluguéis sem serem pagos. “Recentemente foi instalado um sistema de protocolo eletrônico. Os agentes agora devem realizar todos os procedimentos nesse sistema, integrando-os, porém, o problema é que não foi investido nas internets das delegacias e disso deixa impossível acessar o sistema sem travar ou cair”, comenta.

Com relação aos aluguéis das unidades sem pagamento, Felix afirma que os novos prédios recentemente entregues a Polícia Civil são os que estão com alugueis atrasados. “Palmas, Porto Nacional e Paraíso são exemplos”, conta. Devido a essa série de problemas, o presidente do Sindepol disse que pretende protocolar ainda nesta quinta-feira, 24, uma representação no Ministério Público (MP) relatando as demanda e solicitando providências.

O Jornal do Tocantins entrou em contato com a gestão estadual e a Secretária de Segurança Pública (SSP), ainda na terça-feira, 23, questionando sobre como serão solucionados os problemas com a falta de servidores, mas até o momento não teve resposta.

Veja a situação de algumas unidades do Estado: