A falta de médicos plantonistas no Hospital Geral de Palmas (HGP) já afeta os serviços da unidade desde a última semana. No dia 1ª de fevereiro, um ofício encaminhado pela Coordenação de Clínica Médica à Secretaria de Estado da Saúde (SES) pede que a pasta tome medidas em caráter de urgência para resolver a situação, já que o número de profissionais é insuficiente para atender o pronto socorro e as enfermarias. 

A falta causará “interrupção ao atendimento ou a ineficiência do serviço” em todos os andares,diz o texto. O pedido ainda afirma que a Secretaria já havia sido alertada com antecedência da necessidade de mais médicos e que a situação se agravou com a saída de profissionais da unidade, causando acúmulo de serviços e superlotação da unidade. 

"Não há mais plantonistas para compor as escalas das intercorrências nas enfermarias durante os períodos vespertino e noturno em todos os andares", alerta o texto, ao informar também sobre "números insuficientes de plantonistas nas salas vermelhas, amarelas, consultórios de pronto socorro e médicos de rotina nas enfermarias".

“Houve pedidos em todo o Estado, Palmas, Paraíso do Tocantins, Augustinópolis. Muitos profissionais também solicitaram a redução da carga horária, já que estavam trabalhando mais do que o previsto nos concursos que se efetivaram”, explica a presidente do  Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed-TO), Janice Painkow, ressaltando que o Sindicato ainda realiza um levantamento para saber exatamente o número de médicos que pediu para se desligar nas unidades. 

Em nota, a Ses confirmou que está trabalhando com número reduzido de médicos devido ao desligamento de profissionais. “Para solucionar e fazer a reposição dos profissionais em falta publicou edital de chamamento para contratação de novos médicos e já autorizou o retorno de contratos encerrados nos meses de novembro e dezembro de 2018. Essas medidas permitirão a adequação da necessidade de pessoal na unidade hospitalar”, disse a pasta.

Paraíso do Tocantins 

Outra situação referente à falta de médicos é no Hospital Regional de Paraíso do Tocantins, que se agravou após 16 profissionais pedirem exoneração na última quinta-feira, 31.  Em entrevista à Rádio CBN, a diretoria da unidade informou que está trabalhando para reencontrar ou contratar novos médicos, entretanto já existe impacto à sociedade, já que a unidade está atendendo somente urgência e emergência e a parte laboratorial está sendo encaminhada para unidades municipais de saúde. 

As alegações dos profissionais de Paraíso do Tocantins no pedido de desligamento foram devido as más condições de trabalho, baixa remuneração e carga horária excessiva de trabalho, conforme o Sindicato dos Médicos do Tocantins (Simed-TO) informou na última semana. 

Dianópolis

Uma terceira realidade apontada também na última semana é do Hospital de Dianópolis, maior unidade hospitalar da região Sudeste do Estado, que está sem médicos nas áreas de pediatria, ginecologia e ortopedia. Ainda há problemas mecânicos com as ambulâncias da unidade.

As falhas foram apontadas por uma vistoria realizada pela Defensoria Pública do Estado, ainda no ano passado, e não foram solucionadas, como reconheceu a Secretaria Estadual da Saúde (SES) em nota. Em nota enviada ao Jornal do Tocantins, na última semana, a pasta afirmou que está buscando especialistas que queiram trabalhar na unidade, mas encontra dificuldades, porque algumas especialidades médicas não teriam interesse de ir para o interior.