O ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB), que teve endereços alvos de mandados de busca e apreensão na Operação Carta Marcada, da Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU) nesta terça-feira, 21, publicou sua versão sobre a suposta contratação irregular de aluguel de veículos em vídeo distribuído nas redes sociais.
 
Ele chama de “criminosa” a versão da PF usada no inquérito que embasou as ordens de prisão e de buscas e apreensões, do juiz federal João Paulo Abe, e afirma que os investigadores carregaram na tinta para induzir o juiz.
 
“O direito de investigar é sagrado e é uma obrigação, o que não pode acontecer neste caso, como aconteceu lá atrás, na Operação Nosotros, é a Polícia colocar, escrever um texto para induzir juiz dar uma decisão numa operação e carregar nas linhas simplesmente para construir essa decisão, isso não pode, gente, isso é criminoso”, reagiu.
 
Na Operação Nosotros, o ex-prefeito é um dos indiciados no relatório final, ao lado do ex-procurador-geral de Palmas Públio Borges, os ex-secretários de Palmas Adir Gentil (Governo e Relações Institucionais) e Cláudio Schuller (Finanças) e de empresários do ramo imobiliário. Os três estão citados nessa nova operação.
 
Em março desse ano, o Ministério Público Federal pediu declínio da Nosotros da Justiça Federal para a Justiça Estadual, para que continuidade do processo na Comarca de Palmas, quanto aos crimes de excesso de exação (quando há achaques para cobrar impostos, como IPTU) corrupção ativa e passiva e associação criminosa. Para o crime de fraude à licitação para obras do BRT em Palmas, o MPF pediu arquivamento.
 
“Eu apareço novamente como chefe de uma quadrilha e tem que rir, tem que rir pra não chorar”, afirma o ex-prefeito no vídeo, que pode ser conferido abaixo.

 
O político critica ainda a menção, na investigação a Polícia Federal, de que um dos motivos para a adesão da gestão de Amastha à licitação da Prefeitura de Porto Nacional para aluguel de carros com a empresa Marca, que deu origem à nova operação, seria porque uma empresa vencedora de licitação em Palmas não quis patrocinar o time do Palmas no valor de R$ 100 mil.
 
“Dá para acreditar nisso? Se ao menos colocasse que eu mandei fazer isso em troca de propina, de corrupção, não, foi porque não deram dinheiro para o Palmas Futebol, dá para acreditar?  Absurdo”, reage.
 
Em outro trecho, o ex-prefeito afirma que a PF jogou “na lama” o nome de pessoas que ele “sabe de toda a retidão” e defende que isto não pode acontecer dessa maneira. 
“Investigue, investigue se houve crime nessa licitação, puna. Prenda os culpados, agora não faça julgamento antecipado das pessoas, de mim, que não entrei para isso na política, nunca vai encontrar nada que desabone a minha gestão e de outras pessoas que participaram com tanta paixão dessa gestão, e que hoje aparecem como se fossem criminosos”. 
 
“Isso não se faz sem uma prévia investigação, vamos lá, estamos sempre à disposição e acredite, nunca vão pegar que eu tenha feito uma falcatrua com dinheiro do povo de Palmas”, encerra.