O médico cirurgião do aparelho digestivo Jorge Luiz de Mattos Zeve explica que o adolescente obeso tem, na maioria das vezes, alteração genética que favoreça a obesidade e aconselha procurar um endocrinologista para avaliar se existe alguma alteração de ordem hormonal que favoreça o ganho de peso.

Conforme Zeve, também deve ser avaliado o hábito alimentar. “A participação do profissional nutricionista é importante para corrigir esses hábitos inadequados. Orientar a questão de estímulo de atividades físicas. Têm muitos adolescentes que são sedentários, e também pode, se orientado pelo endocrinologista, utilizar algum tipo de medicamento específico para o caso do adolescente”, afirma.

Com relação à indicação da cirurgia bariátrica, Zeve informa que ela tem o mesmo critério em nível de indicação por avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC) – peso/altura² - de uma pessoa adulta. “O adolescente que tem acima de 40, que é a obesidade de grau três, pode ser candidato à cirurgia, assim como um adolescente de grau dois que tenha comorbidade (diabetes, hipertensão, dislipidemia, alterações ortopédicas) também pode ser candidato à cirurgia”, diz. Os adolescentes têm que ser avaliados por equipe multidisciplinar, assim como o adulto, e a cirurgia tem que ser autorizada pelos pais para que possa ser realizada.