Hoje os 18 alunos do ensino fundamental da Escola Municipal Rural dos Matões, na zona rural de Conceição do Tocantins, na região Sudeste do Estado, assistiram aula no centro da cidade. Isso porque depois de denúncia da Defensoria Pública do Estado sobre a falta de transporte escolar para os alunos da escola que serve uma Comunidade Quilombola, a prefeitura do município fechou a escola.

 

Antes quatro deles que moram a aproximadamente 18 km da escola rural só podiam ir até as suas residências no final de semana devido à falta do ônibus para transportá-las.

 

 Além da falta de transporte, a defensoria constatou ainda más condições estruturais da escola, que não possui água encanada e energia elétrica. O que motivou um pedido de providências em caráter de urgência para sanar problemas constatados no local. 

 

A situação foi flagrada por uma equipe de defensores públicos durante uma das ações do programa Defensoria Quilombola que reuniu as comunidades locais para discutir seus principais problemas e situações de violação de direitos.

 

Distância

O professor Leonides das Neves e sua esposa, a merendeira Divani Abreu das Neves, que trabalham da Comunidade Quilombola dos Matões, cuidavam dos quatro alunos matriculados no ensino fundamental na unidade de ensino. Segundo ele, eles só passam os fins de semana com os pais devido à distância em que moram da escola e por causa da falta de transporte escolar.

 

Os 18 km da casa dos pais até a escola são por estrada de terra, onde buracos e erosões impõem o atraso e as dificuldades. Como a casa do casal de servidores da escola também é distante, eles passaram a morar na escola com as crianças.

 

Para atender as necessidades da escola, é preciso caminhadas de até 6 km embaixo do sol para apanhar água em um córrego e trazer em galões que são despejados numa caixa d’água de amianto, instalada de forma improvisada no chão do pátio da escola.

 

Sindicância

Segundo o prefeito de Conceição do Tocantins Paulo Sérgio Torres Fernandes, as crianças ficarão provisoriamente na escola da cidade, até que todos os reparos na escola rural sejam feitos.

 

O prefeito disse que será aberta uma sindicância para apurar a razão pela qual o professor manteve os alunos morando na escola já que ele afirma ser regular o transporte escolar no município. Ele ressaltou que os quatro estudantes são sobrinhos do servidor e foram colocados nesta situação por vontade dele, passando assim, a estarem sob sua responsabilidade.

 

Sobre a falta d’água e energia, o prefeito afirmou que "as medidas pra solução o município tomou, mas até agora elas não foram atendidas", disse. Confira a cobertura completa do assunto na edição de amanhã nas bancas e no site do JTo. (Atualizada)