Quatro mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã desta sexta-feira, 21 em Lagoa da Confusão, contra empresas agrícolas que teriam causado acidente químico em áreas urbanas da cidade. O caso é investigado pelos Ministérios Públicos do Tocantins (MPTO) e do Trabalho (MPT).

De acordo com a denúncia anônima, que desencadeou as investigações, depois de fortes chuvas ocorridas nos dias 8 e 9 de janeiro deste ano, em Lagoa da Confusão, moradores do setor Bandeirantes teriam apresentado fortes dores de cabeça, falta de ar, entre outros sintomas. O Ministério Público do Trabalho realizou diligências e informou que os diagnósticos são compatíveis com contaminação por agrotóxicos.

O acidente químico também estaria afetando a vegetação, uma vez que as plantas apresentam desfolhamento, o que levou o Ibama a realizar uma fiscalização nestes locais.

As buscas aconteceram em escritórios, pistas, hangares e aeródromos ligadas às empresas. Foram apreendidos objetos, documentos, livros, sistemas de controle, relação de estoque, receituários, relatórios operacionais, guias de aplicação, cadastros técnicos dos responsáveis, embalagens de agrotóxicos, notas fiscais de aquisição de insumos e agrotóxicos, entre outros.

O promotor de Justiça Francisco Brandes Júnior enfatiza que o possível acidente químico teve como causa ação dolosa ou culposa de pelo menos uma das empresas, resultando em crime ambiental. Há informações de que a situação é recorrente na região e outras investigações estão em andamento, nos municípios de Pium e Talismã.

As Promotorias Regionais Ambientais do Médio Tocantins e do Bico do Papagaio sugerem o estabelecimento de estratégias de enfrentamento para resguardar a saúde pública, em especial a saúde dos trabalhadores e preservar o meio ambiente.