Criada em 2006, a empresa grega Delta Tankers tem 30 navios-tanque e já chegou a trabalhar para a Petrobrás, inclusive com o próprio navio Boubulina, apontado como responsável pelo vazamento de óleo que atinge o litoral do Nordeste desde o fim de agosto. Nesta sexta-feira, 1º, segundo sistemas de localização, essa embarcação navegava pelo litoral da África do Sul, após partir de um porto na Nigéria.

O navio Bouboulina prestou serviços à Petrobrás em pelo menos duas ocasiões, em 2011 e 2016. Em 2011, seu uso custou US$ 1,84 milhão (R$ 7,34 milhão, em valor atual). Sua última contratação e operação para a Petrobrás ocorreu em agosto de 2016, segundo a petrolífera brasileira informou, em nota.

A empresa Delta Tankers operou outros quatro navios para a Petrobrás, entre 2011 e 2013, ao custo de US$ 9,4 milhões (R$ 37,5 milhões, em valor atual). As informações constam de documentos colhidos na estatal pela força-tarefa da Operação Lava Jato, que investigou um esquema de favorecimento de navios gregos comandado pelo então diretor de Abastecimento da Petrobrás, Paulo Roberto Costa.

Ele admitiu o esquema após firmar um acordo de colaboração premiada, em 2017. Em agosto passado essa denúncia deu origem a um processo, mas a empresa Delta Tankers e sua frota não estão envolvidas nas irregularidades.

Segundo nota da Petrobrás, desde julho de 2018 a empresa grega não presta serviços à Petrobrás. A petrolífera informou que “em todos os contratos de afretamento de embarcações firmados pela Petrobrás está previsto o atendimento rigoroso dos requisitos internacionais relacionados ao transporte marítimo regulamentados pela Organização Marítima Internacional – International Maritime Organization (IMO)”.