O delegado Hudson Guimarães, titular da Delegacia da Mulher no Sul de Palmas, teme pela vida da mulher de 19 anos vista sendo agredida em um vídeo com um capacete pelo seu companheiro Fabrício Jackson Rosa Santos, de 45 anos, na Avenida Tocantins, em Taquaralto. A mãe dela, uma moradora de 39 anos do bairro Santa Bárbara, Sul da Capital, procurou a Central de Atendimento da Polícia Civil da região sul da Capital, na manhã desta sexta-feira, 21, e anunciou que a filha estaria em uma cidade do Paraná com o agressor. “Não sabemos se ela foi coagida”, afirma o delegado.

Conforme Guimarães, se a vítima tiver realmente fugido com o agressor, ela não agiu corretamente. “A atitude correta é procurar as forças de segurança a rede de proteção para que possa ser amparada”. Ele orienta que se a mulher tiver ido por legítima vontade, que sirva de exemplo negativo para a mulher que é vítima de violência. “A mulher precisa ter autoestima. Ela não pode ser agredida e acompanhar o agressor para qualquer lugar que seja. Nesse caso, ela tem que procurar a rede de proteção. Provavelmente houve a progressão criminosa, ele pode acertar um tiro nela. Aconselhamos a fazer essa denúncia quando começar as agressões”, completa.

Ele ressalta que há informações extraoficiais que o agressor não fugiu de Palmas com receio da repressão policial em razão da agressão, mas porque ele faz parte de uma facção. “Essa facção não acreditava que ele estivesse nas proximidades de Palmas. Agora com a divulgação do vídeo, uma facção rival iria tentar matá-lo razão pela qual ele fugiu. Ele já estava jurado de morte por uma rixa anterior, e o grupo teria ficado mais chateado quando soube do motivo da aparição na mídia”, destaca.

A polícia já iniciou abertura de inquérito policial que pode ser prejudicada pela ausência da vítima, mas irá tentar ouvi-la por carta precatória e isso não impede o trabalho, visto que até o exame de corpo delito à polícia do Paraná. A delegacia chegou a ser questionada sobre divulgar que o homem é foragido. “Só poderíamos fazer isso se houvesse prisão em flagrante ou fosse por ordem judicial. Para ter essa ordem judicial é preciso o procedimento de localizar e depois encaminhar ao juiz e pedir a prisão”, explica.

Diante disso, o delegado orientou a família registrar o fato para que fosse formalizado desde a início da semana. A família só registrou o caso pela manhã, orientada pela delegacia.

Caso

No vídeo da agressão com capacete, o homem parece discutir com duas mulheres e após seguir uma delas por alguns metros, no meio da avenida, ele a ataca com um golpe de capacete na cabeça. A mulher vai atrás do homem e é atacada outra vez.

O vídeo da agressão viralizou desde o dia 15 de junho, e levou a mãe a ligar para filha nesta quinta-feira, 20, quando soube que ela estaria no Paraná. A mulher declarou que perguntou para a filha sobre a agressão e ouviu dela que teria sido "apenas uma briga de casal". A filha disse ainda que teria ido para o Paraná com Fabrício por vontade própria e que o amava, mas a mãe não se convenceu. Segundo a mãe, a filha é uma pessoa de bem e ela não iria "para outro estado por vontade própria após ter sofrido a violenta agressão de Fabrício".

Ela revelou uma postagem da filha com uma frase bíblica nas redes sociais, mas afirma que a filha não é religiosa. "Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto", é a mensagem, que a mãe interpreta como um sinal de que a filha não está bem.

Também disse à polícia que sem ter pedido, a filha enviou um localizador de onde ela e Fabrício estavam indicando a cidade de Maringá (PR). Para mãe, o envio do localizar é um pedido de socorro da filha, por isso procurou ajuda policial.

Nas declarações, ela também afirma que há alguns dias, antes das agressões com o capacete, a filha havia registrado outra agressão contra Fabrício, com quem estaria namorando há mais de ano.