Em 2021, o Tocantins registrou 258 casos de pessoas portadoras do vírus HIV e 73 casos de Aids, para a qual ainda não existe cura. O número foi divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (SES) nesta quarta-feira, 1º, quando se lembra o "Dia Mundial da Luta Contra a Aids". Esse mês de dezembro, também chamado de Dezembro Vermelho, visa conscientizar a sociedade para a quebra de tabus em relação ao vírus, causador da doença. HIV é a sigla de vírus da imunodeficiência humana e Aids significa que a doença infectocontagiosa já foi desenvolvida pelo organismo humano. 

Os números de casos registrados até novembro deste ano são um pouco menores do que o registrado em 2020, quando foram 261 casos de HIV e 80 de AIDS, conforme a Secretaria da Saúde. O número de pessoas portadoras do vírus ou com a doença já desenvolvida vem caindo desde 2017, quando eram 308 registros de HIV e 114 de Aids. Ao todo, nos últimos cinco anos, o Tocantins registrou 1.529 casos de HIV e 421 de AIDS. Veja os números:

HIV e AIDS

Campanha 

Conforme a SES, o Estado atua neste mês para reforçar a importância da Testagem Rápida do HIV, como também, do uso dos preservativos para a prevenção do HIV/Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis. As ações da campanha desenvolvida pela Saúde do Tocantins estão pautadas no incentivo aos municípios a ofertarem testes-rápidos à população, distribuição de preservativos e palestras educativas.

Além da prevenção à Aids, a campanha realizada pela Saúde Estadual também aproveita para divulgar a acessibilidade aos testes rápidos mais próximos do usuário da rede pública de saúde, na qual o Estado vem promovendo a formação de novos profissionais habilitados nos municípios para realização da técnica que permite, tanto o diagnóstico do HIV, quanto a avaliação para sífilis e hepatites virais B e C, nas Unidades Básicas de Saúde. 

Os testes rápidos estão disponíveis nas Unidades Básicas de Saúde de grande parte dos municípios e nos Serviços de Assistência Especializada (SAE) em Araguaína, Palmas, Paraíso do Tocantins, Porto Nacional e Gurupi, além dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) em Araguaína e Palmas.

Na Capital, a população ainda tem o Núcleo de Assistência Henfil é um Centro de Saúde que realiza atendimento especializado para as pessoas que apresentam HIV, Aids, hepatites virais, infecções sexualmente transmissíveis e doenças tropicais como chagas, leishmaniose e toxo. O teste rápido é realizado por demanda espontânea, não sendo preciso agendamento. Também há consultas com médicos e a equipe multiprofissional para acompanhamento de inúmeras pessoas são ofertadas no local. O atendimento é realizado de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 17 horas.

Cuidados e prevenção 

“O HIV é um vírus que afeta nosso sistema imunológico. Ele ataca as nossas células responsáveis por produzirem nossa imunidade e, com isso, deixa o nosso organismo vulnerável às doenças oportunistas, como a gripe”, explica a enfermeira Gisele Araújo, uma das responsáveis pelo Núcleo de Atendimento Henfil de Palmas. Cuidar e prevenir são atitudes fundamentais para abrir um horizonte cheio de possibilidades. "Muitas pessoas têm medo e até mesmo certo preconceito em se submeter ao exame e essa atitude é extremamente prejudicial. Isso torna a descoberta de casos novos mais difíceis, impedindo que o tratamento possa ser iniciado no início do contágio”, alerta.

Segundo a Secretaria Municipal da Saúde da Capital, o autocuidado deve existir sempre e, para isso, a ciência criou inúmeras formas para relações sexuais seguras. Além dos testes e camisinhas existe o uso das profilaxias Pré-Exposição (PrEP) e Pós-Exposição (PEP), que são intervenções biomédicas e comportamentais para barrar a transmissão do HIV/Aids, de acordo com as características individuais e o momento de vida de cada pessoa.  “O PrEP é uma forma de prevenção da infecção pelo HIV através da tomada de um comprimido diário, mas isso não substitui o uso do preservativo", explica. 

Nacional

Para todo o Brasil, nesta quarta-feira, o Ministério da Saúde lançou a campanha com o lema “Prevenir é sempre a melhor escolha”, que enviou quase 370 milhões de preservativos aos entes federativos, sendo 360 milhões de preservativos masculinos e 9,4 milhões femininos. 

São 694 mil brasileiros que estão em tratamento para a doença e, só em 2021, 45 mil novos pacientes iniciaram a terapia antirretroviral. O tratamento já chega a 81% das pessoas diagnosticadas com HIV em todo o país e, desse total, 95% já não transmitem o HIV por via sexual, por terem atingido carga viral suprimida, graças ao tratamento ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).  Segundo o MS, essa marca ultrapassa a meta das Nações Unidas, que é de 90%. 

Os dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), divulgados pelo Boletim Epidemiológico de HIV/Aids de 2021, mostram que em 2020 foram notificados 29.917 casos de Aids no Brasil, contra 37.731 em 2019, uma queda de 20,7%. Além disso, em 2020, foram registrados 10.417 óbitos por Aids contra 10.687 no ano anterior, uma queda de apenas 2,52%. Em toda a série histórica, o Brasil registrou 381.793 casos notificados de HIV.