Em 2020, as queimadas atingiram aproximadamente 2.442.408 hectares de vegetação no Tocantins. Esses dados são do “Relatório das Áreas Queimadas no Estado do Tocantins em 2020” apresentado pelo Centro de Apoio Operacional de Urbanismo, Habitação e Meio Ambiente (Caoma), do Ministério Público (MPTO), nesta quarta-feira, 17, durante a primeira reunião online do Comitê Estadual de Combate a Incêndios Florestais e Controle de Queimadas no Tocantins (Comitê do Fogo). No total, 45 pessoas participaram do encontro.

Conforme o Relatório do Caoma, das áreas atingidas pelo fogo 1.117.963 hectares eram de imóveis rurais, que representam 45,77% do total das terras queimadas. Logo depois, as terras indígenas são as segundas mais atingidas por focos de fogo, com 649.849 hectares, ou seja, 26,61% no índice estadual. 

Já com relação as nas Unidades de Conservação Federais e Estaduais o percentual ficou em 27,65%. Os demais 17,29 % de incidência do fogo ocorreram em áreas não identificadas nas bases de dados disponíveis do Caoma. 

Os dados do Laboratório de Geotecnologias mostraram que em 2020, quanto todos os municípios foram monitorados, houve a identificação de 5.668 imóveis rurais com sua localização geográfica, área total e área queimada. 

Esse relatório do Caoma é ilustrado com uma sequência de mapas gerados a partir de imagens de satélite com ocorrências de fogo detalhadas nas unidades de conservação, nas terras indígenas e em geral. Esse documento visa contribuir para a estratégia das ações educativas, preventivas e de combate do Comitê do Fogo para 2021.

Ações do Comitê do Fogo

Ainda na reunião do Comitê do Fogo, os membros deliberaram os planos e atividades que serão executados durante 2021 para combater as queimadas no Tocantins. Ao todo, 14 ações são planejadas e se dividem em três grandes eixos: prevenção, combate e controle.

Conforme a Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), que geri as atividades que envolvem prevenção e monitoramento, durante o encontro, foram destacadas ações que já estão previstas como aceiro negro em torno das rodovias, o manejo integrado do fogo, além do workshop de prevenção e monitoramento que estão sendo organizadas para começarem em abril.

Todos esses trabalhos serão acrescidos com a contratação de 80 brigadistas para o combate aos incêndios deste ano. Esses contratados vão atuar nas oito regionais do Corpo de Bombeiros. Também estão previstas as articulações de emendas parlamentares.

Comitê do Fogo

O Comitê do Fogo instituído pelo Decreto nº. 645 de agosto de 1998, tem o objetivo de aperfeiçoar as ações de preparação, controle e prevenção, além da fiscalização das queimadas, adotando a estratégia preconizada pelo Programa de Prevenção e Controle de Queimadas e Incêndios Florestais na Amazônia Legal, criado pelo Decreto nº 2.662, de julho 1998.