A pequena Júlia Martins da Luz veio ao mundo há apenas dois meses. Prematura de oito meses, a bebê é cheia de coragem e está vendendo saúde. A mãe atribui toda essa energia ao ato da amamentação. “Eu agradeço a Deus por ter muito leite para dar à minha filha. Sei a importância que a amamentação representa na vida da criança”, argumenta a mãe, a fisioterapeuta Luci Rosa Martins.

Dados da Secretaria Estadual da Saúde (Sesau) apontam que, em 2017, no Tocantins, apenas 38% das crianças menores de seis meses estava em aleitamento materno exclusivo, enquanto a média nacional é de 56%. Em relação ao aleitamento materno continuado até dois anos ou mais, percentual no Brasil é de 51% e no Tocantins é de 50%.

No Hospital e Maternidade Dona Regina, 46 bebês estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) precisando do leite materno. De acordo com a Coordenadora do banco de leite do hospital, Walkíria Pinheiro, esse tipo de alimento é o mais completo para o bebê. “Através dele é possível reduzir até 13% de todas as mortes de bebês no mundo e também consegue dar um alimento mais seguro e saudável para a criança. Além do mais, é bom também para a mãe”, completa.

Segundo a coordenadora, a amamentação em até uma hora após o nascimento protege o bebê de infecções e reduz a mortalidade infantil. Além disso, previne alergias, anemias e infecções respiratórias, dentre outros benefícios. “Se as mulheres amamentarem mais, terão mais doadoras e leite para alimentar os bebês de UTI, que necessitam tanto desse alimento”, menciona.

Conscientização

Para mostrar essa importância e conscientizar às mães e sociedade em geral sobre o ato, a Organização Mundial de Saúde (OMS) institui de 1 a 7 de agosto como a Semana Mundial Semana Mundial de Aleitamento Materno. A data faz parte de uma história focada na sobrevivência, proteção e desenvolvimento da criança.

Desde sua criação, em 1948, a OMS tem a comemoração entre suas ações voltadas à saúde da criança, isso devido à grande preocupação com a mortalidade infantil. A data surgiu em 1990, de um encontro organizado pela OMS e Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) resultou um documento adotado por organizações governamentais e não governamentais, assim como, por defensores da amamentação de vários países, entre eles o Brasil.

No Tocantins, a responsável frisa que as ações estão sendo feitas não somente durante a semana, mas em todo mês de agosto que é o mês dedicado ao aleitamento materno. “Neste mês vamos fazer várias atividades, como rodas de conversas, cursos de aleitamento materno e seminário sobre a importância da amamentação”, observa.

Em todos os períodos de férias, onde muitas mães estão viajando a situação se repete. Diante disso, a coordenadora chama à atenção para o baixo estoque de leite materno no banco de leite do Dona Regina. “O fato de muitas mães doadoras estarem viajando, nossas doações são reduzidas”, diz.

Walkíria afirmou que há somente 10 litros armazenados no estoque, quantidade que segundo ela é abaixo da necessidade diária do hospital. “Precisamos de oito litros por dia para alimentar todos os bebês. Então teremos que fazer esse leite armazenado render para os 46 bebês que necessitam desse alimento para sobreviverem”, destaca.

A coordenadora informa que as doações podem ser feitas de casa mesmo. Desta forma, as mulheres que desejarem contribuir com a ação podem ligar no banco de leite do Dona Regina através do telefone 0800 646 8283.

mulheres que quiserem doar o leite materno excedente podem acionar o banco de leite do Dona Regina pelo 0800-646- 8283