O transplante de medula óssea, tecido gelatinoso encontrado no interior dos ossos, onde se desenvolvem células sanguíneas, é o fator principal para que pessoas possam obter cura para cerca de 80 doenças relacionadas à fabricação de células do sangue, além de deficiências no sistema imunológico. As informações são do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca). Uma das principais doenças que tem cura exclusiva por meio de doação de medula óssea é a leucemia, que atingiu 5.540 homens e 4.530 mulheres em todo o País, somente em 2016.

Segundo o Inca, o que mais tem dificultado o transplante de medula é a complexidade de se encontrar um doador compatível, visto que as chances se ter compatibilidade são, em média, de um em cada 100 mil pessoas. Vale destacar que o doador ideal, que é o irmão compatível, só está disponível em 25% das famílias brasileiras. Ou seja, em 75% dos pacientes é necessário identificar um doador alternativo a partir dos registros do Inca.

Atualmente, o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome) é o terceiro maior sistema responsável por unir informações de pessoas que estão dispostas a doar medula para quem necessita de transplante. Os órgãos responsáveis para realizar o cadastro de medula óssea em todo o Brasil são os hemocentros, que, por sua vez, agrupam seus dados aos do Redome.

Requisitos

Para Priscila Rodrigues, enfermeira da Captação de Doadores do Hemocentro de Palmas, o cadastro é simples. “Os interessados devem ter entre 18 e 55 anos, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante, não ter tido câncer, doença hematológica ou do sistema imunológico”, explica. Durante o cadastro, são coletados cinco mililitros de sangue para fazer o teste de histocompatibilidade (HLA), que é um exame capaz de identificar características genéticas de cada indivíduo que será incluído ao cadastro.

Priscila destaca que, durante o cadastro, são pedidos dados como nome, número de documentos, endereço, filiação, tipagem sanguínea, peso e altura, que devem sempre estar atualizados. Além disso, são solicitados os contatos de duas pessoas caso ocorra a dificuldade de encontrar o doado. No Tocantins, 40 mil pessoas estão cadastradas no sistema e, desse total, somente uma pessoa foi compatível com um paciente e doou medula óssea para o transplante. “É importante aumentarmos o número de doadores do Tocantins para aumentar a chance de vida de quem precisa”, enfatiza Priscila.

Captação

Segundo o setor de Captação de Doadores do Hemocentro de Palmas, o órgão sempre tem números a cumprir todos os anos, por meio de metas estabelecidas, e tem trabalhado com ações em universidades, durante trotes solidários, por exemplo, além de empresas que firmam parceiras. “São essas ações que garantem que o número de doadores de medula óssea ou sangue, aumente”, comenta Priscila.