Segundo a Polícia Militar (PM), o efetivo atual é de 3.623 policiais, de todas as patentes. Além do baixo efetivo, a PM precisa lidar com outros problema: a quantidade de policiais cedidos para outros órgãos, onde atuam como guardas patrimoniais ou até guarda-costas. O sargento Jenilson Cerqueira, vice-presidente da Faspra-TO, acredita que a grande quantidade de cedidos para realizarem atividades alheias à segurança pública compromete o bom desempenho das atividades militares e agrava a situação da corporação.

Uma fonte interna da Polícia Militar informou ao JTo que o número de militares cedidos e com desvio de suas funções é de 510, ou 14% do efetivo. Ainda conforme a fonte, são 200 cedidos para o Detran-TO, 207 para a Casa Militar (Palácio Araguaia), 80 para o Tribunal de Justiça (TJ) e 23 para Assembleia Legislativa(AL). No caso do Detran-TO os policiais auxiliariam na realização de blitze. Nos demais órgãos haveria uma subutilização desses profissionais, uma vez que não são treinados para vigilância predial e tanto AL quanto TJ possuem serviços terceirizados de vigilância.

Existem 26 PMs cedidos ao Ministério Público Estadual, mas estes cumprem funções relacionadas à segurança pública, atuando no monitoramento do sistema de tornozeleiras eletrônicas e ações de combate ao crime organizado.

O JTo tentou confirmar o número de cedidos com a PM, bem como a necessidades dessas cessões e critérios usados. A PM respondeu apenas o número total de efetivos da corporação sob alegação de que “os demais questionamentos são de caráter estratégico e/ou sigiloso e são respondidos apenas para órgãos requisitantes que tenham atividade ligada à Segurança Pública”. Também foi pedida confirmação sobre os PMs cedidos aos órgãos onde estariam lotados, também sem respostas.