Superlotação e falta de materiais voltam a ser motivo de reclamação de servidores e pacientes do Hospital Regional de Araguaína (HRA). Segundo o médico Roque Rui Cazarotto, faltam leitos, quartos, materiais e exames complementares, para o exercício adequado da medicina. “Há médicos, o que não há é hospital”, ressaltou Cazarotto.

Pacientes, acompanhantes e servidores reclamam ainda do calor excessivo no interior da unidade. Segundo eles, a climatização é ineficiente para assegurar o bem-estar de tanta gente, situação que se agravou no último final de semana, quando faltou água até para beber.

“Os corredores estão lotados e, para piorar, eles sempre alegam que há falta de materiais. A cirurgia do meu esposo já foi marcada várias vezes e remarcada por falta de material”, ressaltou a dona de casa Maria Pereira, que há três meses acompanha o marido Graciano Lopes da Silva. Ele sofreu um acidente doméstico e fraturou cinco vértebras, perdendo os movimentos de pernas e braços. De acordo com ela, vários outros pacientes estão na mesma situação.

HGA

Enquanto a população reclama, as obras do Hospital Geral de Araguaína (HGA), cuja inauguração é aguardada com ansiedade pela comunidade, se encontram paralisadas. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) alega que as obras foram suspensas por falta de recursos, em razão do desvio de finalidade de verbas, anteriormente destinadas à construção e reforma de unidades hospitalares, em 2014, pela gestão anterior.

A obra, lançada em novembro de 2013, com previsão de conclusão em torno de dois anos e meio, se encontra atualmente com apenas 5,56% concluídas, o que compreende apenas a elaboração de projeto arquitetônico, a obtenção de licença ambiental, a construção de barracão de obra, a finalização da terraplanagem e o fechamento do terreno.

No que se refere à falta de água, denunciada pelos acompanhantes de pacientes, a Sesau informou que ocorreu devido a um vazamento nas proximidades do prédio, problema que foi sanado ainda no último domingo.

Acerca da climatização da unidade, a Sesau informou que aguarda da concessionária de energia a avaliação do projeto de alteração da estrutura elétrica da unidade, com troca do transformador, em virtude das quedas de energia causadas pelo excesso de equipamentos ligados na unidade.

Sobre a situação do paciente Graciano Lopes da Silva, que há três meses aguarda cirurgia, a Sesau informou que o procedimento depende do recebimento de um kit ortopédico especial, que já foi comprado e deve ser entregue nos próximos dias.