Após o anúncio da instalação de três hospitais de campanha para enfrentar à Covid-19, a Defensoria Pública do Tocantins (DPTO) volta a cobrar o Plano de Oferta de Leitos do Governo Estadual. O coordenador do Núcleo Especializado em Defesa da Saúde (Nusa), o defensor público Arthur Luiz Pádua Marques, esteve na Jaime Câmara em Palmas nesta terça-feira, 21, e disse que o órgão acompanhará essa situação. 

Conforme o defensor, antes do início da construção dos hospitais de campanha é preciso saber de onde virá o recurso para as instalações, como serão realizadas e se realmente é preciso novas estruturas. “Já temos estruturas de hospitais prontos. Araguaína, Gurupi, Paraíso e Palmas têm hospitais vazios. Defendemos a oferta e a ampliação da oferta de leitos, mas com custos módicos”, relata. 

O Tocantins até o momento não tem muitos casos, mas precisa estar preparado, segundo Pádua, entretanto a Justiça já cobrou do Estado um Plano de Oferta de Leitos, pedido pela Defensoria, mas a gestão pediu mais tempo para a entrega. 

“Vamos acompanhar essa ideia do governo para ver se é necessária, acredito que construir estrutura de tenda, de lona totalmente fora dos planos de saúde e muito caro não é viável, ainda mais porque temos hospitais que bastam realizar adaptações ou reformas. Precisaremos somente comprar equipamentos, para gastar com estrutura se temos, e se não for pública, temos as privadas”, explica. 

Reunião 

Na reunião em videoconferência realizada nesta segunda-feira, 20, com o Comitê  de Crise para a Prevenção, Monitoramento e Controle do Vírus Covid-19, a Defensoria solicitou informações da autoridade da Secretaria Estadual da Saúde (SES) quanto a programação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no caso de agravamento da Covid-19 e o sobre plano de ação quanto ao acesso aos atendimentos em saúde. Na reunião, o órgão solicitou o planejamento sobre as unidades dos possíveis hospitais de campanha. 

Hospitais 

Nesta segunda, o Governo do Tocantins anunciou que em Palmas, Araguaína e Gurupi receberiam os hospitais de campanha e que, de acordo com o texto, a intenção é montar o da Capital no Espaço Cultural José Gomes Sobrinho, por ser próximo ao Hospital Geral de Palmas (HGP). Para viabilizar a instalação, o governo disse ter encaminhado um pedido de cessão do local à Prefeitura de Capital. 

Mas devido ao ponto facultativo nesta segunda, 20, e feriado desta terça-feira, 21, ainda não havia resposta. Em uma rede social, a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, afirmou que não foi consultada.  

O governo estadual não revelou quem irá realizar a instalação, qual prazo, quantas pessoas irão trabalhar entre médicos e outros profissionais, se serão contratados, nem outro dado que possa dar dimensão das unidades.  No início do mês, o governo federal também havia mapeado cinco áreas na Capital de terrenos e prédios do governo federal que podem ser usados para abrigar a unidade.