A Polícia Civil iniciou ontem as investigações a respeito da morte do empresário Carlos Henrique Oliveira, de 34 anos, conhecido como Nhac, assassinado em uma casa onde funciona a Associação Tocantinense de Esportes Intelectuais (Atei), na Quadra 206 Sul, região Central da Capital. No entanto, encontrou apagadas as imagens das 12 câmeras de segurança instaladas no local. Para a polícia, a casa funciona como um cassino clandestino, onde se apostam valores altíssimos. Os frequentadores seriam apenas pessoas de alto poder aquisitivo. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) determinou investigação sobre a legalidade do funcionamento de casas suspeitas de abrigar jogos de azar.

“Quando buscamos os aparelhos para verificar o que estava dentro vimos que as imagens foram todas apagadas e nos informaram que apagaram porque a casa é frequentada por muita gente da alta sociedade”, relatou o delegado João Sérgio Kenupp, responsável pelas investigações.

O crime teria sido motivado por uma discussão supostamente por dívidas com jogos de azar. O suspeito do homicídio é Paulo Gomes, conhecido como Figurinha. Segundo o delegado, houve um jogo de poker entre Gomes e a vítima há uns dias, quando o suspeito teria ganhado R$ 120 mil.

A vítima então teria oferecido como pagamento da dívida um carro no valor de R$ 75 mil, mas Gomes não teria aceitado. “A vítima teria então proposto pagar com dez cheques e combinaram de fazer esse pagamento na quinta-feira (hoje), mas ontem os dois se encontraram na casa de jogos, jogaram novamente e a vítima ganhou do autor R$ 60 mil e quis abater a dívida, mas Gomes não teria aceitado e começaram a discutir”, detalhou Kenupp.

Devido à discussão, o presidente da associação, Lécio Cláudio, teria pedido para que os dois se retirassem do estabelecimento, mas, quando os acompanhava para a saída da casa, Gomes teria sacado o revólver e atirado na vítima, que foi atingida com um tiro na cabeça e outro nas costas. Nhac morreu ainda no local. Segundo Kenupp, dentro da carteira da vítima foram encontrados dois cheques, nos valores de R$ 30 mil e R$ 35 mil.

Conforme informou a mulher de Gomes ao delegado, “o marido era envolvido em jogos e sempre foi gambireiro e não teria profissão fixa”. Ele também não possuía porte de armas, mas teria comprado o revólver há seis meses, após ter emprestado dinheiro a uma pessoa e ter apanhado quando foi cobrar. O suspeito não havia aparecido para prestar depoimento ou esclarecimentos até o fechamento desta edição.

Lécio Cláudio Guimarães foi procurado, mas não quis comentar sobre o episódio e nem sobre o funcionamento da casa.

A vítima era namorado de Gêneve Duailibe, filha do ex-prefeito de Palmas Raul Filho e da ex-deputada estadual Solange Duailibe. O corpo está sendo velado na Paróquia Santa Filomena, n a 204 Sul.

Cassino

A delegada responsável pela Delegacia de Costumes, Jogos e Diversões Públicas, Heloísa Helena, foi procurada para comentar sobre o funcionamento de cassinos clandestinos na Capital, mas a assessoria de imprensa da Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP) informou que ela não poderia dar entrevista.

Em nota, a assessoria informou apenas que a SSP determinou à Delegacia de Costumes, Jogos e Diversões Públicas que se intensifiquem as fiscalizações e investigações sobre a regularidade de funcionamento de casas onde possivelmente estejam ocorrendo práticas de jogos de azar, para adoção de medidas cabíveis.

O Ministério Público Estadual (MPE) informou que irá aguardar o inquérito policial para tomar as providências cabíveis.