O clima no Estado do Tocantins é ideal para a utilização da energia fotovoltaica, ou seja, produzida através da luz solar. Porém, esse sistema de geração de energia ainda não é tão acessível para a população por causa do custo elevado. Apesar desse fator, os benefícios da implantação do sistema são inúmeros, tanto financeiramente quanto ecologicamente.

E economizar na conta de luz foi o objetivo do militar aposentado Erlan Ramos de Paula, de 61 anos. Ele adquiriu o sistema em novembro do ano passado, e não se arrepende. “Eu pagava uma energia de mais de R$ 1 mil. Agora da energia que eu produzo, o que sobra eu jogo na rede. E a conta passou para R$ 100,00”, explicou, ressaltando que o investimento foi alto, de R$ 67 mil, mas que valeu a pena.

Agora, na casa do aposentado, que mora com a esposa e um filho, tem ar condicionado até na cozinha. “Temos ar para todos os lados e utilizamos também muitos eletrodomésticos, principalmente panelas elétricas”, disse o aposentado, que pretende conseguir descontos em impostos também com a produção de energia.

Apesar do preço elevado, cerca de 75% das instalações do sistema fotovoltaico são feitas em residências; o restante ocorre em empresas

Financeiramente, quem adere às tecnologias do sistema pode conseguir redução em impostos, além da redução no valor da fatura de energia, que, de acordo com Danilo Resende, diretor executivo de uma empresa que oferece o sistema de energia solar fotovoltaico, é o que as pessoas buscam em primeiro lugar. 
Nesse sistema, o empresário explica que a redução é que quase 100%, mas nunca chega à redução total. “Ainda é preciso pagar a tarifa de disponibilidade por você estar conectado à concessionária de energia e varia conforme o tipo de consumidor”, ressaltou, além de citar os benefícios ecológicos como redução no efeito estufa e no uso das usinas termoelétricas e hidrelétricas.

Quanto ao investimento para adquirir o sistema, Resende explica que para um consumo acima de 260 kWh (que corresponde a uma fatura de energia de R$200,00) a implantação já é viável, e o valor das placas de energia variam de acordo com o projeto. Mas antes é necessário passar por processos burocráticos: “É preciso um projeto elétrico assinado por um engenheiro, dar entrada do projeto na concessionária de energia e aguardar aprovação. Depois disso, tem que montar o sistema e solicitar uma vistoria da concessionária. Após, tem que trocar o medidor de energia, que é diferente, que mede consumo e energia injetada na rede. Então, todo esse processo tem um custo fixo, entre R$ 2.000,00 e R$ 2.500,00”.

Ainda sobre o processo, o empresário disse que, no sistema, estão incluídos o projeto elétrico com ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), memorial descritivo, protocolo do projeto e memorial descritivo na Energisa (concessionária do Estado) para solicitação da conexão, equipamentos (placas Fotovoltaicas, Inversor, cabos, conectores e perfis de montagem, string box, placa de sinalização), montagem dos equipamentos na casa do cliente, solicitação de vistoria, solicitação de troca do medidor e colocação em operação.

 

Lei incentiva uso da energia solar

A Prefeitura de Palmas publicou em novembro do ano passado o Programa Palmas Solar, conforme a Lei Complementar n° 327/2015, que incentiva e promove o uso da energia solar pela população, reduzindo incentivos fiscais no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), no Imposto Sobre Transmissão de Bens e Imóveis (ITBI) e na Outorga Onerosa do direito de construir, da mudança de uso ou da regularização de edificações.

Para o secretário municipal extraordinário de energias sustentáveis, Sérgio Faria, a ideia do projeto é a produção de uma energia limpa a um preço acessível, já que a conta de luz é um grande vilão no orçamento dos palmenses. Mas apesar da pouca adesão ao benefício e apenas uma pessoa ter aderido ao Palmas Solar até o momento, Faria garante que existem outros projetos de empresas como hospitais, supermercados e hotéis, que estão iniciando o processo de produção de energia em Palmas. “Acreditamos que para o ano que vem, já teremos uma diferença grande de produção fotovoltaica”, explicou.