As duas crianças vítimas de um grave acidente na TO-010, próximo Novo Jardim, a 378 km da Capital, continuam internadas no Hospital Geral de Palmas (HGP). Elas foram transportadas com a ajuda de um helicóptero na tarde desta segunda-feira, 15, após o capotamento de uma van, que deixou pelo menos 30 pessoas feridas e duas pessoas mortas.

Conforme o Corpo de Bombeiros, o veículo, que saia de Monte Alegre com destino a Palmas, capotou a cerca de 35 quilômetros da cidade. 

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde informou que as duas crianças que foram transferidas para o Hospital Geral de Palmas continuam na Unidade.  Porém, usou o artigo 1º da resolução n.º 1.638/2002, do Conselho Federal de Medicina (CFM) para justificar que a pasta não poderia repassar as informações contidas nos prontuários de pacientes.

O pai de uma das crianças, o técnico em eletrônica, Nilton Borges Gonçalves, relatou que estava com a esposa e os três filhos na van. Todos tiveram ferimentos, exceto o bebê de um ano e seis meses que saiu ileso do acidente.

Segundo ele, o filho, de seis anos de idade que está internado, teve fraturas no crânio. O pai ainda diz que a criança estava na sala vermelha e agora foi transferido para o setor de observação. “O ouvido estourou e pode dar infecção porque está em estado febril. Tem que esperar pra ver se não vai dar convulsão”.

O técnico ainda conta que no momento do acidente ninguém estava de cinto e a van estava com o número de passageiros acima do permitido. “O carro estava lotado, em torno de 37 pessoas, sendo que a capacidade era de 25 pessoas. Ele estava correndo muito e foi fazer uma curva em alta velocidade e a traseira começou a rodar até parar na contramão. Neste momento, o cobrador falou para o motorista voltar para a pista e não pisar no freio, só que ele pisou e foi quando o carro capotou”. Após o acidente, ele narra que foi arremessado pela janela do carro com as duas crianças.

“Estava com meu bebê no colo quando ouvi um barulho, achei que era uma freada e de repente as pessoas começaram a cair em cima de mim. Quando percebi meu filho estava desmaiado no chão”, relata a mãe da criança internada, a manicure Antônia Janaína de Jesus Borges.

Apesar do susto e da preocupação com o filho que ainda está internado, a manicure garante que agora se sente mais aliviada. “É uma felicidade imensa só de estar viva e poder ter um novo recomeço. É uma nova oportunidade que Deus nos deu”.

Os demais pacientes foram avaliados e encaminhados para as unidades hospitalares de Gurupi, Porto Nacional e Palmas, de acordo com a complexidade do quadro que apresentam. Os casos de menor complexidade permanecem no Hospital Regional de Dianópolis, unidade mais próxima de onde ocorreu o caso. 

Investigação

Também através de nota, a Polícia Civil  afirmou que as investigações sobre o acidente de trânsito envolvendo uma van na região Sudeste do Estado estão sendo realizadas pela Delegacia de Dianópolis, que já procedeu à oitiva do motorista e acompanhou a realização dos exames periciais no local.

Até o momento, foram confirmados dois óbitos decorrentes do referido acidente, a vítimas são Altair Antônio Martins, que morreu no local, e Nathália Ursino Albuquerque, que chegou a ser socorrida com vida, mas não resistiu.

Outras informações serão divulgadas em momento oportuno.

Fiscalização

A presidente da Agência Tocantinense de Regulação, Controle e Fiscalização dos Serviços Públicos (ATR), Juliana Matos, garante que o órgão faz uma fiscalização continua durante todo período do ano, mas segundo ela, a inspeção foi intensificada no período das férias. “Nos pontos de fiscalização as vans e ônibus são totalmente verificados pelos fiscais altamente capacitados para que garanta de fato a segurança dos passageiros”.

Ela ainda destaca que é importante que os usuários utilizem os serviços de transporte certificados pela ATR, porque eles são mais seguros.

A presidente também explica que a orientação dos fiscais é que todos os passageiros utilizem o cinto de segurança. “Ele é o equipamento essencial para garantir a segurança do usuário. O que ocorre muitas vezes é que pelo fato de não termos muitos postos de fiscalização algumas vans pegam passageiros fora dos lugares permitidos, o que pode ocorrer tragédias. Mas nós já estamos intensificando esse projeto, inclusive implementando um sistema interativo onde o próprio usuário poderá comunicar à ATR e poderá nos ajudar nesta fiscalização”.