Atualizada às 13h24

A Associação dos Filhos do Pai Eterno (Afipe) foi criada em 2004 pelo Padre Robson de Oliveira e hoje é responsável pela transmissão de missas e evangelização por meio de um canal de TV, rádio e também pela internet. Vinculada ao Santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade, também é responsável pela Romaria do Divino Pai Eterno, uma das principais festas religiosas do país que reúne milhões de pessoas anualmente caminhando em direção à Basílica de Trindade. 

A Afipe também apoia e mantém diversas obras sociais com atendimento de famílias carentes, construção e reforma de centros sociais, assistência odontológica e psicológica, acolhida de idosos e ações de combate e prevenção ao uso de drogas. A sede da associação está localizada na Avenida 24 de outubro, no Setor Aeroviário, em Goiânia. Os estúdios dos canais de comunicação, bem como o serviço de call center, funcionam neste endereço. 

Nascido e criado em Trindade, o Padre Robson de Oliveira, de 46 anos, é presidente-fundador da Afipe. O missionário redentorista que entrou pro seminário aos 14 anos e foi ordenado aos 24 é membro da Congregação do Santíssimo Redentor. Ele chegou a fazer mestrado em Teologia Moral pela Universidade do Vaticano, em Roma, e retornou para Trindade em 2003 para assumir a reitoria do Santuário do Divino Pai Eterno, onde permaneceu por 11 anos. Ele foi Superior Provincial dos Redentoristas de Goiás entre 2015 e 2019 e com o fim de mandato, retornou para a reitoria do Santuário Basílica de Trindade.

Operação Vendilhões

Nesta sexta-feira (21), a Associação é alvo da Operação Vendilhões, realizada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Oenrganizado (Gaeco), do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). A ação acontece em parceria com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-GO) para investigar a lavagem de milhões de reais das contas da associação. Segundo o MP, tudo começou após o envio de da cópia de um inquérito policial em que o presidente da associação, Padre Robson de Oliveira, após ser vítima de extorsão, utilizou indevidamente recursos das contas das associações. Os crimes apurados, até o momento, são os de organização criminosa, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e sonegação fiscal.

Com o apoio das polícias Civil e Militar, devem ser cumpridos 16 mandados de busca e apreensão na sede da Associação, empresas e residências em Goiânia, no Setor Campinas, e Trindade. As ordens foram expedidas pelo Juízo da Vara de Feitos Relativos a Organizações Criminosas e Lavagem de Capitais, em decisão da Juíza de Direito Placidina Pires. Participam da operação 20 promotores de Justiça, 52 servidores do MP-GO, 4 delegados, 8 agentes da Polícia Civil e 61 policiais militares.

Procurada, a Arquidiocese informou que está atenta ao trabalho do Ministério Público e espera que tudo seja apurado o mais breve possível e se coloca a disposição para colaborar com a Justiça.

A reportagem entrou em contato com a assessoria da Afipe e aguarda um retorno.

Ao G1 Goiás, o corpo jurídico da entidade disse que "não foi pego de surpresa" com a operação e que, no passado, "se colocou à disposição do Ministério Público". Destacaram ainda que o padre Robson acompanhou toda a operação.