Apesar da suspensão das aulas devido à Covid-19, as pesquisas da Universidade Federal do Tocantins (UFT) continuam e muitos estudos agora estão voltados para a pandemia. Entre os estudos estão questões ligadas a difusão da doença e a malha viária e o comportamento do vírus em diferentes climas. Conheça mais sobre as Ações da UFT de combate à Covid-19 aqui.

Malha rodoviária 

Um dos estudos realiza uma análise entre os casos do novo coronavírus e a malha rodoviária, do norte do Tocantins, sudeste do Pará e sul do Maranhão. A pesquisa desenvolvida no Câmpus de Araguaína, onde o número de casos confirmados chega a 164, um estudo preliminar de dia 5 de abril até 1º de maio mostrou que a rede rodoviária que liga essas regiões dos três estados, era o caminho percorrido pelo vírus. A pesquisa ainda avalia a percepção da população dessas regiões em relação à pandemia.

Conforme o primeiro produto da pesquisa, o artigo “Notificando o medo: cartografia e percepção da COVID-19 na malha rodoviária na porção norte dos Vales dos rios Araguaia e Tocantins”, ao perceber o aumento de número de casos na região, os pesquisadores problematizaram os fluxos interurbanos e a guerra de versões sobre a doença e o isolamento social e aplicaram um questionário on line. 

Com os dados levantados até o momento é possível apontar a necessidade de atenção das autoridades de saúde e da população com o entorno rodoviário, em especial, pela vulnerabilidade de serviços de saúde nos pequenos municípios. Outro ponto constatado é a proximidade das cidades e a intensa interação com centros maiores. A pesquisa é realizada pelos professores  Vinicius Gomes de Aguiar, Dernival Venâncio Ramos Júnior, Kênia Gonçalves Costa e Reges Sodré.

Regiões quentes 

Um grupo de professores da UFT e da Universidade de Brasília (UnB) realizou uma coletaram dados oficiais divulgados pelo Ministério da Saúde sobre número de infectados nas 27 capitais brasileiras. Esses números foram comparados com as relações climáticas das cidades. Para o estudo, os pesquisadores ainda levaram em consideração dados demográficos como população. 

Conforme o Estudo, a principal conclusão da pesquisa é que no Brasil, nas regiões mais quentes, há uma tendência de redução dos casos da Covid-19, sendo cerca de 4% por grau Celsius de temperatura média compensada. Entretanto, essa tendência também é condicionada a outros fatores, como a umidade relativa do ar. 

Outra conclusão é que para as temperaturas mais baixas, clima subtropical do Brasil, há um índice maior de infecção do Covid-19. Porém, o estudo não conseguiu evidências que deem suporte de que em regiões mais quentes, acima de 24 graus Celsius, haveria uma redução no índice de infestação do vírus.  O estudo deixa claro que regiões com clima quente não estão livres do vírus. 

Um artigo do estudo David Nadler Prata e Waldecy Rodrigues com colaboração do professor Paulo Bermejo (UnB) está publicado na Science of The Total Environment.