Apesar do prefeito de Palmas, Carlos Amastha, classificar o acordo fechado com as oito famílias impactadas de “ótimo negócio”, não é o que a maioria delas acredita. Após três anos desde a primeira avaliação de suas residências, moradores da Quadra 125A, no Jardim Aureny III, afirmam ter aceitado o acordo por cansaço.

O pintor autônomo Antônio Sebastião Alves da Costa, 49 anos, afirma que a casa que ele edificou no lote onde reside vale R$ 248 mil, de acordo com avaliação feita por técnico contratado por ele, ao passo que a Prefeitura está oferecendo lote em novo endereço mais R$ 127 mil pelas benfeitorias. “Eles solicitaram que fizéssemos uma contraproposta, mas não aceitaram. Só aceitei esse acordo porque a Prefeitura me venceu no cansaço. Toda vez que chegava em casa me dava desgosto, dor de cabeça e ficava inquieto e já tem três anos que fica esse empurra-empurra. Não estou satisfeito com o valor, estou pegando porque é o jeito”, declarou.

Carlos Amastha, no entanto, acredita que não existe vantagem por parte da Prefeitura nos acordos fechados. O prefeito pontua que os lotes que estão em negociação são exatamente do mesmo tamanho ou, em alguns casos, maior que o que estão para desocupação e que a localização favorecerá as famílias. “Todas essas famílias irão mudar muito perto de onde já estão, coisa de 300 a 400 metros", informou. “As famílias que assinaram o acordo estão fazendo um ótimo negócio porque estão recebendo terrenos melhores que aqueles que tinham, em quadras urbanizadas, com lotes já demarcados e limpos. Estamos entregando quatro projetos diferentes de casa para escolha das famílias, estamos pagando arquitetos e engenheiros civis para acompanhar as construções e eles poderão tirar tudo o que quiser da casa atual e levar para a nova construção”, pontuou.

O prefeito garantiu que mesmo não conseguindo a liberação dos recursos federais ou do empréstimo feito junto à Caixa Econômica que estão bloqueadas pela Justiça, a Prefeitura irá arcar com toda a obra de expansão. “Temos muitas fontes de financiamento. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) está à disposição e entrou em contato quando souberam da ação, colocando recurso à disposição, mas isso é em ultimo caso”, garantiu.

“Vamos deixar que o Ministério do Planejamento, das Cidades, que a Caixa Econômica, os grandes técnicos e a Justiça, em Brasília, que entendem de BRT, tomem essa decisão. Insisto: acredito piamente que seremos vitoriosos e que vamos poder usar esse recurso. Caso contrário, obviamente partiremos para outro financiamento”, finalizou.