Foi só foi retomar os atendimentos aos usuários do Plansaúde para que os estabelecimentos hospitalares e laboratórios ficassem cheios de pacientes aguardando para serem acolhidos ontem. Cerca de 90 mil pessoas são cadastradas ao plano no Estado, dentre servidores públicos estaduais e dependentes.

Com apenas um rim e sentindo dores na barriga desde a última quinta-feira, a funcionária pública Ruth Schirley Paiva, 51 anos, correu para o hospital ao saber da regularização. “Comecei a sentir dor e estava torcendo para que os atendimentos voltassem. Vim fazer uma ultrassonografia para ver o que pode ser”, afirmou.

Já o aposentado Fausto Ferreira, 73 anos, tentou a sorte. Com uma consulta agendada 15 dias antes foi informado às vésperas do cancelamento devido à suspensão dos serviços. Ontem, sentindo muitas dores no joelho resolveu procurar outro hospital. “Se não atendesse com o plano eu ia pagar, mas ainda bem que voltou”, disse.

Na sede do Plansaúde estava o contador Elias Fonseca Oliveira, 46 anos, que foi acompanhar a esposa que está com problemas na cervical. “A gente precisou do plano e por estar suspenso tivemos que pagar R$ 200,00 na consulta, então viemos pedir o ressarcimento do valor gasto”, explicou.

Prejuízos

Somente neste ano, os atendimentos foram suspensos ao menos sete vezes. Enquanto isso, muitos usuários do Plansaúde tiveram que pagar pelos serviços, mesmo tendo descontado mensalmente em seus contracheques o valor do convênio. No dia 21, além dos atendimentos eletivos, os prestadores decidiram por suspender urgência e emergência e ameaçaram encaminhar os pacientes para o Hospital Geral de Palmas (HGP).

Porém, no dia 22, a Justiça determinou que os prestadores ligados ao Sindicato de Estabelecimentos de Serviço de Saúde do Tocantins (Sindessto) não paralisassem os serviços.

Na quinta-feira, em audiência de conciliação, a juíza Silvana Parfieniuk determinou a retomada dos atendimentos e que o governo pague a dívida até o dia 20 de novembro, quando haverá nova audiência.

Na audiência, a gestão estadual se comprometeu a pagar, até o dia 20 de outubro, a dívida referente ao mês de maio deste ano aos prestadores de pessoas jurídicas e a referência de junho de 2016 aos prestadores de pessoa física. No mês seguinte, ou seja, em novembro, o governo arcará com as despesas referentes a junho de 2016 aos prestadores de pessoas jurídicas e a quitação da referência julho/2016 aos prestadores pessoas físicas.

O impasse está na Justiça e é acompanhado pela Defensoria Pública do Estado e Ministério Público Estadual (MPE).