A pandemia do novo coronavírus em todo o mundo causou o distanciamento entre as pessoas, que em grande parte obedece a orientação dos órgãos de saúde de manter o isolamento social. Mas hoje é Dia das Mães, e devido a essa distância necessária neste momento, como fazer para abraçar, beijar e dar carinho a essas mulheres tão especiais? A data deve ser lembrada de forma diferente neste ano de 2020, e uma aliada para aproximar mães e filhos nesse período crítico em que vivemos terá que ser a tecnologia.

E será através de aplicativos de conversa de vídeo que a consultora de beleza de Paraíso do Tocantins, Márcia Alencar, de 43 anos, receberá o afeto de seu único filho, Joaby Henrique Santos Moraes Teles, de 14 anos. Ela e o pai possuem a guarda compartilhada, e desde o início das orientações para que a população se isole em casa, Márcia pouco vê seu filho. “Dividi-lo não é fácil. Ainda mais em tempos de isolamento social devido a pandemia”, conta.

Como a consultora se casou novamente e seu marido faz parte do grupo de risco relacionado à Covid-19 por ser diabético, então as visitas se tornaram escassas nos últimos dois meses. “Não tenho ido a Capital com medo de contaminação, Aqui em Paraíso já estamos com 8 casos. O pai dele também fica preocupado, então precisamos estar precavidos e atentos.  Mas a saudades só aumenta e não vejo a hora de vê-lo e de tudo isso passar”, desabafa.

Até a última quinta-feira, Márcia tinha esperança de passar o Dia das Mães com Joaby, mas não sabia se realmente iria acontecer. Com relação a todo esse momento de crise mundial e medo do novo coronavírus, ela lamenta a tendência desse dia, que poderá ser de saudade para muitas mães e filhos: “Este Dia das Mães vai ser diferente de todos os outros. Sem muitos abraços apertados e beijos. Além da distância, a preocupação com a saúde de todos”, diz.

Solidão no parto

Quando a auxiliar administrativo Amanda Rocha, de 25 anos, descobriu que estava grávida da pequena Laura, de apenas 7 dias, não imaginava que nove meses o mundo estaria praticamente de cabeça para baixo devido à pandemia. Seu maior medo era na hora do parto e, com toda essa situação, ele se multiplicou ao receio dela e da bebê contraírem o novo coronavírus na maternidade.

Para agravar ainda mais esse medo, seu parto, que ocorreu no Hospital e Maternidade Dona Regina (HMDR), foi cesariana e ninguém da família pode ficar ao seu lado devido à proibição de acompanhantes nas unidades de saúde. “Na hora de ir para a sala de cirurgia eu estava sozinha e com muito medo. Mas graças a Deus deu tudo certo no parto”, lembra.

Mamãe de primeira viagem, Amanda ainda ficou por dois dias internada e, da mesma forma, teve que ficar sozinha e ir se virando para cuidar da pequena Laurinha com algumas orientações que recebeu das enfermeiras. “Elas me falaram sobre os cuidados com a neném, mas eu tive que fazer tudo sozinha. E era difícil por causa da cirurgia e dos pontos. A cama era muito alta e eu tinha que descer toda hora sozinha para pegar a Laura e não tinha ninguém para ajudar. Foram dois dias difíceis e eu estava doida para ir para casa”, lembra.

Já em casa com sua filhinha e recebendo apoio da família mesmo que distante, Amanda espera que esse momento de pandemia acabe logo. “Que um mundo melhor ressurja depois de tudo isso, com muitos ensinamentos, e que minha filha cresça com muita saúde e amor”, finaliza.

A distância em pleno Dia das Mães pode não parecer ideal ou justa nesse momento, principalmente para famílias que estão distante desde o início dessa pandemia, mas ela certamente vai diminuir o risco de contaminação  entre as pessoas, e garantir momentos de alegria futuros. Portanto, se possível, fique em casa neste Dia das Mães.