Um editorial publicado pelo The British Medical Journal, referência mundial em publicações científicas, afirma que o uso de cloroquina e hidroxicloroquina pode ser prematuro e potencialmente prejudicial para pacientes diagnosticados com Covid-19.

“O amplo uso da hidroxicloroquina expõe alguns pacientes a danos raros, mas potencialmente fatais, incluindo reações adversas cutâneas graves, insuficiência hepática fulminante e arritmias ventriculares (principalmente quando prescritas com azitromicina)”, afirma o artigo assinado pelo professor Robin Ferner, do Instituto de Ciências Clínicas da Universidade de Birmingham, e Jeffrey Aronson, do departamento de Ciências da Saúde da Universidade de Oxford, no Reino Unido.

Nesta quinta-feira (9), o prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), autorizou o uso da cloroquina na rede municipal de saúde para casos do novo coronavírus. Em coletiva ao lado do governador João Doria (PSDB), Covas afirmou que o medicamento poderá ser indicado se houver prescrição médica e se o paciente concordar com o tratamento.

A forma de uso de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina opõe o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O mandatário pede distribuição mais ampla do produto. Ele chegou a afirmar que existe uma “guerra ideológica” em torno da discussão

Mandetta voltou a afirmar na última terça-feira (7), que não está nos planos, considerando os estudos atuais, liberar de forma mais ampla o produto.

O Ministério da Saúde indica o uso cloroquina e hidroxicloroquina apenas para pacientes diagnosticados com a Covid-19 que estejam internados com quadro grave de saúde. ()