Após iniciativa encabeçada por Adriano Coraiola e Marcos Moreira, dois adeptos da bicicleta, ciclistas de Palmas organizam, por redes sociais, um ato de solidariedade e conscientização na segunda-feira, 10, a partir das 19 horas.  Com o nome de “Não me machuque, não me mate. Bike tem vida, tem família" a ação reunirá pessoas que pedalam para percorrer a Avenida Teotônio Segurando, entre a Praça dos Girassóis e a Ulbra, ida e volta.
 
“Queremos demonstrar que em cima de uma bike tem uma vida. Em cima da bike tem uma família esperando em casa”, explica Coraiola, que é advogado. Além das mortes dos advogados Thiago Germano dos Santos, 34, e  Valdonez Sobreira de Lima, 47, atropelados no sábado, o organizador também ressalta que o ato se volta à cultura dó ódio cultivada contra ciclistas na capital.
 
“Há umas duas semanas teve algumas pessoas falando no Twitter que o hobby delas seria atropelar ciclistas, que se vissem um ciclista à frente vai atropelar, questão de ódio contra ciclista, e não é assim, o ciclista está ali fazendo o esporte dele, está ali se exercitando desestressando do trabalho e tem que ficar preocupado com pessoas que querem machucar ele, que querem matar ele”, conclui.
 
Segundo ele, a mobilização começou no grupo de whatsapp. O texto de convocação do grupo lembra quão natural deveria ser encontrar ciclistas no trânsito. “Parece ser muito difícil, para alguns, entender o óbvio, mas uma bicicleta no trânsito significa uma vida no trânsito. Dividir espaços é algo inerente ao ser humano desde os primórdios da nossa existência. É verdade que sempre tivemos certa dificuldade nessa seara, mas em pleno século XXI isso não pode mais ser permitido”. 
 
Coraiola afirma que o ato previa a volta no percurso em ato silencioso, mas com o volume de pessoas que estão se manifestando para participar, está previsto o uso de carro de som para quem quiser se expressar sobre o tema. Manifestações políticas estão vedadas. A organização recomenda distanciamento entre as bicicletas, uso de máscaras e luzes sinalizadoras para as bicicletas.
 
Em 2018, cilistas palmenses tomaram as ruas em protesto após sucessivos atropelamentos de ciclistas, incluindo a morte do triatelta Pedro Caldas, após ter sido atropelado enquanto treinava corrida, em novembro de 2017, na marginal da TO-050. Em 2020, apenas nos últimos 12 dias, 4 ciclistas morreram atropelados em rodovias do Tocantins, dois deles no dia 28 de julho, entre Palmas e Paraíso.