Em 21 meses, o Cerrado tocantinense teve 165.272,50 hectares de área desmatada, com 2.746 alertas emitidos para desmatamento. As informações são da Força-Tarefa Ambiental do Ministério Público (MPTO) que realizou, por sistema, a validação e o refinamento de alertas de desmatamento, degradação e regeneração de vegetação nativa de todos os biomas brasileiros com base em imagens de alta resolução. O período é desses dados é entre o início de novembro de 2018 e o final de agosto de 2020.

Conforme o MPTO, nem todos os desmatamentos identificados pelo sistema do MapBiomas Alerta são ilegais e serão solicitadas informações do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outros órgãos ambientais para averiguar a legalidade dos desmatamentos identificados.

“Os subcoordenadores de cada Força-Tarefa que atuam nas promotorias regionais ambientais vão fazer as análises qualitativas dos dados para averiguar o que foi e o que não foi desmatado licitamente”, explica o procurador de Justiça e coordenador da Força-Tarefa, José Maria da Silva Júnior. A partir desses dados, os proprietários das áreas identificadas com desmatamento ilegal serão notificados pela Força-Tarefa Ambiental para ofertar defesa ou apresentar documentos que demonstrem a legalidade dos desmatamentos. 

Os dados do MapBiomas, segundo o MPTO, mostram que 907 dos alertas ocorreram para a região do Alto e Médio Araguaia, que correspondem a 46.460,20 hectares de área desmatada. Já no Alto e Médio Tocantins, foram 1.522 alertas emitidos para área de 104.610 hectares, e no Bico do Papagaio, houve emissão de 317 alertas para o total de 14.202,30 hectares de área desmatada.