O cantor sertanejo Paulo Henrique Mota Vilarins, mais conhecido na noite palmense como Henrique Vilarins, foi preso em flagrante na Capital na última sexta-feira, 25, por volta das 21h30, pelo crime de lesão corporal dolosa por supostamente agredir a esposa, Vera Lúcia Lopes da Silva, de 39 anos. De acordo com a representação da Polícia Civil, Vera foi levada para a delegacia por policiais militares que atenderam a ocorrência de agressão em sua casa.

Vilarins, que também é sargento do Corpo de Bombeiros, foi conduzido à Central de Flagrante acompanhado de um superior hierárquico da corporação que estava em sua casa no momento em que os militares chegaram.

Conforme relatou Vera, a briga teria começado por volta das 20 horas, quando questionou o esposo sobre um dinheiro que ele havia arrecadado para custear o tratamento que ela precisava fazer após ter sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC), no dia 31 de dezembro do ano passado. Entretanto, Vera não concordou com o fato de Vilarins usar sua doença para conseguir dinheiro, e pediu par que ele devolvesse a quantia para quem havia feito doações. Assim, eles iniciaram uma discussão e, logo depois, teriam ocorrido as agressões. De acordo com a Polícia Civil, Vera apresentava lesões nas mãos e no lábio superior que dificultou, inclusive, contar às autoridades o ocorrido. Ela tentou sair de casa para fugir das agressões e foi ajudada por uma vizinha, que chamou a polícia.

Além dessa briga, familiares de Vera informaram, como consta no documento, que não foi a primeira vez o cantor e bombeiro a agrediu, e que tiveram que socorrê-la outras vezes.

A delegada Luciana Coelho Midlej arbitrou uma fiança de 100 salários mínimos – R$ 99.800,00 – porém como não foi pago no ato, Vilarins foi encaminhado para a cela do Quartel do Corpo de Bombeiros Militar. A vítima ainda requereu medidas protetivas de urgência.

Outro lado

Em sua página no Facebook, o cantor postou neste sábado, 26, uma nota de esclarecimento dizendo que a esposa estaria sendo influenciada pelos familiares para fazer a acusação, que são “totalmente infundada e sem provas”. Vilarins ainda relatou que deixou à disposição da Justiça gravações de vídeos que contradiz a suposta agressão.

Ainda neste sábado ocorreu a audiência de custódia em que a Justiça reduziu a fiança, que ficou em cinco salários mínimos (R$ 4.990,00), e o cantor foi liberado para responder a acusação em liberdade.

Em entrevista ao Jornal do Tocantins, ele contou que o casal está em processo de separação, e após o AVC, Vera precisaria fazer tratamento psiquiátrico, mas que era recusado.

Ele explica que na sexta-feira a esposa estava apresentando quadros de ansiedade e estresse desde a manhã, e que ela queria que ele saísse de casa. Mesmo sem poder dirigir por orientação médica após o problema de saúde, ela teria tentado sair com o carro, momento em que o cantor diz que teve que impedir, mas que em nenhum momento agiu com agressividade. “Eu tive que intervir. Quando o carro deu um tranco para trás e apagou, eu abri a porta e fui para pegar a chave. Ela colocou a mão, mas mesmo assim eu consegui tirar da ignição. Ela desceu do carro e pediu para eu ir embora da casa”, contou, ressaltando que filmou toda a ação, e essas foram as imagens entregues à Justiça.

Após esse momento, conforme o acusado, Vera foi para a rua, e que chamou a polícia, sendo que, posteriormente, foi enquadrado em flagrante. Ele ainda reafirmou que a situação foi parar na delegacia e tomou grande proporção por interferência da família da esposa. “Quando os policiais chegaram nós explicamos a situação e as coisas iriam se resolver ali mesmo. O policial queria que cada um dormisse em um local, mas como ela não estava bem, e eu mostrei os vídeos para ele, não poderia deixa-la sozinha. Eles ligaram para uma irmã da Vera, mas chegou um outro irmão, que disse que teríamos que ir para a delegacia”, explica, destacando que não a agrediu em nenhum momento.

Quanto à acusação de ter se apropriado de dinheiro doado para seu tratamento, Vilarins diz que recebeu como doação de colegas da corporação o valor de R$ 2 mil, e que o dinheiro seria utilizado caso precisassem de algo. “Houve uma arrecadação e houve dois depósitos de RR 1 mil. E isso foi uma ajuda que o pessoal deu para o que a gente precisasse. Fiquei muito grato. Até tentei, mas me senti envergonhado em devolver a quantia, para não parecer mal agradecido”, completa, finalizando que está de consciência tranquila quanto à acusação de violência doméstica.