Um dos principais pontos turísticos do parque da Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, a cachoeira Véu de Noiva está praticamente sem água devido à crise hídrica e climática que assola o país.

Cartão-postal da região, ela tem 86 metros de altura e é formada pelas águas do córrego Coxipozinho. Cercada por um paredão de arenito, num vale em forma de ferradura, o local abriga ninhos de araras-vermelhas, que são também uma das atrações locais.

As águas que escorrem do alto lembram um véu de noiva, daí seu nome. Mas, com a crise hídrica que atinge o Brasil, a queda d'água perdeu esse aspecto e tem sido cada vez mais escassa (veja a comparação abaixo). A Folha esteve no local recentemente e registrou a cachoeira quase seca.

Neste ano, o país tem vivido a pior seca em quase cem anos. O cenário tem levado, inclusive, o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) a acender um novo alerta sobre os desafios do setor elétrico brasileiro. A grave crise hídrica nos reservatórios sinaliza que a capacidade de geração de energia no país poderá ser levada ao seu limite em novembro.

O penúltimo mês do ano é justamente quando, em tese, tem início o chamado período molhado, que vai até março ou abril, e é quando historicamente há maior volume de chuvas nas regiões das hidrelétricas com grandes reservatórios.

Com a queda nos níveis dos reservatórios e o período de estiagem, algumas cidades do interior de São Paulo já passaram a adotar algum tipo de racionamento de água.

A cidade de Itu (a 101 km de São Paulo), por exemplo, em julho, entrou em rodízio, medida que, segundo a CIS (Companhia Ituana de Saneamento), foi necessária para enfrentar um déficit de chuva considerado severo e que pode ser o mais agudo em 91 anos.