A lavradora Eliene Medanha Roder, 43 anos, que mora em um assentamento em Formoso do Araguaia, descobriu, há cinco anos em um diagnóstico de rotina, que estava com câncer de mama. “Após a biópsia soube que era câncer e não tinha outro jeito a não ser tratar e passar pela quimioterapia. Tudo isso não deixa de ser um processo doloroso, porque caiu o meu cabelo e outras partes do corpo mudaram, mas sempre tive Deus ao meu lado e pessoas que cuidaram muito bem de mim”, conta.

Depois de todo esse tempo lutando contra a doença, hoje, após a retirada da mama, e sempre com um sorriso, ela diz estar curada. “A gente não pode perder nunca a fé e a esperança, porque é ela que faz a gente permanecer em pé. Se você tiver com o espírito forte no senhor, confiando que tudo vai dar certo, é possível vencer a doença”, ressalta.

Depois de tudo que passou, Eliene diz que sempre alerta às mulheres sobre a importância do exame preventivo. Ela destaca que se aparecer algo diferente na mama, o sinal não pode ser ignorado. “Eu esperei quase quatro anos pra detectar a doença. Então tem que fazer o preventivo para depois não passar por constrangimentos como eu passei. Hoje eu só estou viva porque nunca perdi a esperança que iria vencer e estou aqui pra dizer que venci”, comemora.

Conforme o Instituto nacional de Câncer José Gomes da Silva (Inca), o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do de pele não melanoma, respondendo por aproximadamente 28% dos casos novos a cada ano. No Tocantins, segundo Gerência da Rede de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer da Secretaria Estadual da Saúde (SES), em 2016 foram registrados 75 novos casos de câncer de mama e 34 em 2017. Quanto aos dados de 2018, a pasta não informou ao JTo. Mas segundo o Inca, a estimativa é que ocorram 180 novos casos neste ano em todo Estado. Já na Capital apareceram aproximadamente 30 casos novos em 2018.

Doença

O mastologista Márcio Abreu de Moraes destaca que o câncer de mama é causado pela alteração do formato e função das células da mama, surgindo principalmente das células de revestimento dos ductos mamários, estrutura que percorre o leite do local onde ele é produzido até o exterior da mama.

Moraes explica que esse tipo de câncer geralmente atinge mulheres a partir dos 40 anos de idade, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária, mas são casos mais raros. Ele menciona que a mastectomia - retirada total da mama - é uma cirurgia que mexe com a autoimagem da mulher e se relaciona às alterações psicológicas. “Por isso a grande dificuldade de ser enfrentado por elas, mas é importante ressaltar que os casos de diagnósticos iniciais, detectados pela mamografia de rastreamento, o tratamento alcança 95% de cura e na maioria das vezes não necessita da retirada completa da mama. Vale frisar que na maioria desses casos ainda não há nódulo de mama palpável, ficando para a mamografia a capacidade de detectar a lesão”, alerta.