Profissionais da comunicação que atuavam no Tocantins e se mudaram para países da Europa conversaram com a reportagem do Jornal do Tocantins para falar como está sendo o dia a dia com a epidemia do coronavírus totalmente alastrada pelo velho continente.

Apesar das informações e alertas sobre os cuidados com higiene e evitar lugares com aglomerado de pessoas, a jornalista Glaudineia Murad, que mora há 13 anos em Londres, na Inglaterra, diz que o dia a dia segue normal na medida do possível, mas que atende recomendações das autoridades locais.

“Aqui na Inglaterra tem vários casos, dez mortes. Mas estou levando uma rotina normal, fui a Paris no último fim de semana, estou trabalhando, viajo. Mas já fui duas vezes ao supermercado comprar papel para a cozinha, e não encontrei. Só tinha as prateleiras vazias, e isso em um supermercado em que nunca falta nada. Parece que o povo está em pânico, pois não quer sair de casa”, conta. Glaudineia diz também que amigas que moram Irlanda e na Itália também estão encontrando as prateleiras dos supermercados vazias.

“O povo aqui está assustado. Encontro gente de máscara o tempo todo, e geralmente era mais os asiáticos que usavam. Agora é todo mundo”, conta, sobre como os ingleses estão encarando a pandemia do coronavírus, conforme classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Para se proteger, além de cuidados como lavar bem as mãos, a jornalista aposta na boa alimentação. “Estou tentando fortalecer meu sistema imunológico. Nos últimos dez dias tenho ido a uma churrascaria brasileira. Em casa sempre tenho muita fruta. Isso é para ficar forte e imune para se vier alguma bactéria meu organismo resistir”, comenta.

Glaudineia conta ainda que o governo tenta minimizar os impactos na sociedade. “Não fecharam escolas, não cancelaram eventos. Acho que não tem receita, é a pessoa ter um sistema imunológico forte e Deus para proteger. Está clara a mensagem para o mundo todo, que não está protegido nem o presidente”, completa, ressaltando que tem familiares no Brasil e sempre estão em contato se atualizando sobre a situação.

Itália

A rotina da também jornalista Amanda Gromboni e de sua família, que mora na Itália, também é de reclusão em casa e só sair em caso de extrema necessidade. “Só saímos mesmo por necessidade, que é ir ao supermercado, à farmácia ou então se precisarmos de atendimento médico de urgência. Nosso trabalho está suspenso e sem data de retorno”, conta.

Em vídeo feito especialmente para o Jornal do Tocantins, Amanda mostra um documento obrigatório que deve estar com quem precisa sair para trabalhar. “Se caso a pessoa for parada em uma fiscalização, que está acontecendo sim entre uma cidade e outra, tem que ter ela em mãos preenchida, porque senão pode ter que pagar uma multa ou até ser presa”, relata.

No comércio, só é liberada a compra para grupos pequenos de consumidores, e em alguns casos, somente uma pessoa pode entrar no estabelecimento para ser atendida. “As pessoas que estão trabalhando com o público estão sempre de luvas e máscara, porque é a recomendação”.

Diferente da situação da Irlanda ou Inglaterra, como relatou Glaudineia, não há falta de produtos em supermercados, mas situação ocorreu somente no início da proliferação do vírus pelo país. Os transportes públicos funcionam normalmente, e os e bancos estão abertos, entretanto o atendimento é com agendamento.

“O que estamos evitando é se encontrar com os amigos, confraternizar. Minha filha Júlia fica presa dentro de casa, não pode ver as amiguinhas, porque acreditamos que dessa forma, por mais que seja ruim para a gente, é um momento de resguardo necessário para passar por essa fase e estancar a contaminação”, explica Amanda.

Veja mais detalhes da rotina na Itália no vídeo abaixo:

Portugal

Atualmente estudando em Aveiro, Portugal, o jornalista Sydney Neto conta que suas aulas estão suspensas até o dia 9 de abril, e que a rotina é dentro de casa. “Por aqui a gente segue dentro de casa tomando as medidas necessárias para evitar a contaminação do Covid-19. Todos os brasileiros que eu conheço também estão procurando ficar em casa e evitar sair ao máximo”, conta.

“As aulas foram suspensas e os funcionários que têm funções que podem ser feitas remotamente estão trabalhando no regime de teletrabalho em casa, então são pouquíssimas pessoas que vão até a Universidade de Aveiro”, relata o jornalista, explicando que a instituição tem cerca de 13 mil alunos.

Sydney conta ainda que eventos que reúnem muitas pessoas estão suspensos, como show e até missas: “As pessoas estão fazendo cultos e missas, por exemplo, transmitidos em redes sociais. Eventos como casamentos, batizados ou empresariais estão cancelados e quem desobedecer vai responder por crime”.

Veja o recado de Sydney Neto sobre a situação em Aveiro: