Com registros de mais 5,5 mil infectados por Covid-19 com comorbidades, o Tocantins tem um índice baixo do infectados dos grupos de riscos relacionados à coexistência de doenças. Em percentual, são apenas 8% do universo de mais de 65 mil diagnósticos positivos para a doença acumulados até o dia 25 de setembro.  

Entretanto, o número é um pouco maior se observado somente os óbitos, que, conforme já divulgado pelo Jornal do Tocantins, das 902 mortes registradas até a data, 762 eram infectados com coexistência de doenças, assim 84%.  Ao comparar os números de infectados e mortos com comorbidades, seriam 13% dos infectados com doenças associadas que não resistiram às complicações.  

Esses dados obtidos pelo Jornal do Tocantins foram repassados pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) nesta quarta-feira, 30, com base nos números do Sistema E-SUS-VE do Ministério da Saúde (MS). De acordo com esses números enviados ao JTo, somando os dados do Estado são 3.529 mil doentes dos grupos de risco relacionados a saúde, excluindo os da Capital. Os demais 1.978 são de Palmas. Em Araguaína são 1.004.  

Segundo a SES, Palmas não utiliza o sistema de notificação oficial do Ministério da Saúde e sim um sistema próprio, que contabiliza doenças como hipotireoidismo e neoplasia, que não constam separadamente no Sistema E-SUS-VE Federal.  

Por isso, os dados estaduais, que não inclui a Capital, do número total de infectados, até os últimos dias de setembro, a maioria eram de pessoas com doenças cardíacas crônicas e diabetes, sendo 1.310 e 1.104, respectivamente.

Além disso, o Sistema E-SUS-VE do MS mostra que dos diagnósticos positivos para Covid-19, 551 tinha alguma doença respiratória crônica, 213 registravam imunossupressão, 97 eram portadores de doenças cromossômicas ou estadas de fragilidade imunológica e 96 de alguma doença renal.  

Outros 157 casos confirmados eram de gestantes ou puérperas, sendo que 12 tinham alto risco e duas registravam coexistência de doenças – uma com diabetes e outra com doenças cardíacas crônicas, respiratórias crônicas descompensadas -.  

Apesar dos boletins epidemiológicos estadual no Tocantins registraram como comorbidades as sequelas de acidente vascular, o câncer e até mesmo o tabagismo, o MS não discrimina essas doenças ou síndromes de forma específica. Uma das doenças recorrentes nos dados da Saúde Estadual é a hipertensão, entretanto o Sistema Federal não traz os dados desse mal sozinho, traz somente o total de doenças cardiovasculares crônicas.  

Palmas 

Conforme os dados enviados pela SES na semana passada, em Palmas são 1,9 mil infectados com comorbidades, além de 673 pacientes que têm fatores de risco como, por exemplo, a obesidade -nos dados do Ministério da Saúde para o resto do Estado, a obesidade é discriminada como comorbidade -, somados esses dois dados, a Capital tem 16% dos 15,9 diagnósticos positivos acumulados de pessoas pertencentes a grupos de risco.  

A maior incidência de doentes, no período da pandemia, ocorreu em pessoas com doenças cardiovasculares, que inclui a hipertensão, sendo 928. Em percentual quase 47% dos casos. Além disso, 221 tinham diabetes e 265 diabetes e hipertensão juntas. Outra doença com números altos são as ligadas ao aparelho respiratório com 266 casos.  

Esses dados da Capital ainda trazem 23 registros de infectados com hipertireoidismo, 45 com doença renal, 46 com neoplasia, 45 com alguma doença neurológica crônica ou neuromuscular. A cidade de Palmas teve, neste período de mais de seis meses, 42 mulheres gestantes no momento do diagnóstico.  

Entre os fatores de risco citados pela Saúde Municipal de Palmas estão a obesidade ou sobrepeso com 438 casos, tabagismo com 210 e etilista com 25 registros.  

A Capital, em segundo lugar no Estado com maior número de mortes ocorridas devido às complicações da Covid-19 - e em primeiro de infectados -, teve 136 óbitos de pessoas com coexistência de doenças, de um total de 149 falecimentos até o dia 25 de setembro. O dado representa o percentual de 91%. 

A cidade de Palmas, ao observar os números de mortes e infectados desses grupos de risco relacionados existência de doenças associadas, teve 5% dos infectados com comorbidades que não resistiram as complicações da Covid-19 e morreram.  

Ministério da Saúde  

Em Araguaína, dos aproximadamente 15 mil casos contabilizados um pouco mais de 1 mil tinha comorbidades, sendo que 304 pessoas tinham doenças cardíacas crônicas e outras 198 tinham diabetes. O município, conforme já divulgado pelo Jornal do Tocantins, teve 81% infectados que vieram a óbito com coexistência de doenças. Ou seja, das 199 mortes registradas até o final de setembro, 161 eram de pacientes com comorbidades.  

Já em Colinas do Tocantins mais 2,4 mil casos, apenas 215 tinham comorbidades, que representa 8,6%. O Município teve das 21 mortes, 19 com doenças associadas. Em Formoso do Araguaia dos 1,1 mil casos apenas 58 tinham outras doenças, assim 4,9%. Apesar do baixo número de infectados dos grupos de risco, das 13 mortes, 11 eram de pessoas com coexistência de enfermidades, que representa o percentual de 85%. 

Em Guaraí, o número de óbitos desse tipo de paciente infectado é alto, de 17 são 15 com registros. Ao todo, a cidade acumulou 919 diagnósticos positivos até a data do relatório, sendo que 81 tinham coexistência de doenças. Em porcentagem, 8,8% dos infectados.  

No sul do Estado, em Gurupi, o número de contaminados com comorbidades é extremamente baixo, sendo que dos mais de 3,2 mil doentes apenas 75 eram dos grupos de risco. O município tem o menor percentual entre as cidades que registravam mais infectados, conforme os números do Ministério da Saúde enviados pela SES, sendo 2,2%. Em relação às mortes, das 45 ocorridas, 39 eram de infectados com outras doenças. 

Já em Paraíso dos 2,1 mil casos são 121 com morbidades, número que representa 5,4%. Em mortes eram 33 pessoas com doenças associadas de 45 registros, ou seja, 80%.  

A cidade de Porto Nacional tem 2,4 mil casos e 335 tinham coexistência de doenças, que representa 13,6%, e das 45 mortes, 33 registravam comorbidades, ou seja, 73%, E em Tocantinópolis dos 760 diagnósticos positivos apenas 74 eram desses grupos de risco, sendo em mortes, 18 e 16 os números informados pela SES.  

Óbitos  

Conforme já divulgado pelo Jornal do Tocantins, até o último dia 25 eram 107 municípios tocantinenses que tinham registros de óbitos em infectados pela Covid-19. A maioria registrava mais de 80% dos casos eram de pessoas com coexistência de doenças. 

Ainda segundo esses dados computados no Sistema E-SUS-VE, um pouco mais da metade dessas cidades tinham 100% dos óbitos de pacientes acometidos pela Covid-19 com comorbidades. Aproximadamente 53%, ou seja, em 57 os moradores que faleceram tinham outras complicações. Em 101 municípios tocantinenses o índice é maior que 50%.  

Outras duas localidades registram 33% e, e as demais, sendo apenas cinco cidades, que entre as mortes registradas não tinham infectados com outras doenças associadas. Esses cinco locais, juntos somam apenas seis mortes entre o universo de mais de 900 registros em todo o Estado.