A hidroxicloroquina e a cloroquina, medicamentos utilizados para o tratamento de lúpus, malária e artrite reumatoide, estão agora enquadrados como medicamentos de controle especial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Nesta sexta, 20, o Jornal do Tocantins entrevistou uma mãe de uma criança que tem lúpus. Ela não estava encontrando o medicamento em Palmas. Outra paciente com a mesma doença também relatou o ocorrido. As farmácias confirmaram a falta do medicamento em seus estoques.

O Ministério Público do Estado do Tocantins (MPE-TO) investiga a venda desenfreada do medicamento. A Defensoria Pública do Estado (DPE-TO) solicitou à Justiça que remédios fossem vendidos a somente quem tem a receita e esteja sob domínio dos hospitais.

Segundo a Anvisa, a medida busca evitar que pessoas que não precisam esses medicamentos provoquem um desabastecimento no mercado. A falta dos produtos pode deixar os pacientes com malária, lúpus e artrite reumatoide sem os tratamentos adequados. O uso sem supervisão médica também pode representar um alto risco à saúde das pessoas.

O aumento da procura pelo medicamento aumento nas farmácias depois que algumas pesquisas indicaram que este produto pode ajudar no tratamento da Covid-19. A Anvisa destaca que apesar de alguns resultados promissores, não há nenhuma conclusão sobre o benefício do medicamento no tratamento do novo coronavirus. “Ou seja, não há recomendação da Anvisa, no momento, para a sua utilização em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação pelo novo coronavírus”, disse a Agência.

Por 30 dias, pacientes que já fazem uso do medicamento poderão continuar utilizando sua receita simples para comprar o produto. A Anvisa orienta que a receita será registrada pelo farmacêutico, que já está obrigado a fazer o controle do medicamento no momento da venda.

O controle especial garante que o medicamento só poderá ser entregue mediante receita branca especial, em duas vias. Médicos que fazem a prescrição de hidroxicloroquina ou cloroquina já devem começar a utilizar este formato.

A hidroxicloroquina já estava enquadrada como medicamento sujeito à prescrição médica. Com a nova categoria, a venda irregular pelas farmácias é considerada infração grave.