Nesta sexta-feira, 17, o Distrito Sanitário Especial Indígena do Tocantins (DSEI-TO) comunicou, por meio de uma nota de pesar, a morte da anciã Javaé Tereza Xivenva, da aldeia Canuanã. Segundo o DSEI-TO, a morte da indígena ocorreu na última quinta-feira, 16.

Dois dias antes, na terça-feira 14 de julho, o Jornal do Tocantins revelou que anciã de 102 anos agonizava no Hospital Municipal de Formoso do Araguaia, a 303 km de Palmas, sudoeste do Tocantins, sem conseguir transferência para o Hospital Regional de Gurupi (HRG), unidade de referência no tratamento de Covid-19 na região Sul e Sudoeste do Tocantins. 

Na ocasião os parentes da indígena acionaram o Ministério Público do Tocantins (MPTO) em busca de socorro para a idosa, para conseguir uma remoção. Tereza Xivenva Javaé nasceu em 12 de maio de 1918 e segundo os familiares estava no hospital com suspeita de ter contraído o novo coronavírus. 

Procurado pela reportagem, o MPTO informou que o promotor de Justiça André Henrique, da Promotoria de Justiça de Formoso do Araguaia, ficou sabendo do caso por meio de uma reunião e começou a apurar, junto à secretaria municipal de Saúde, a situação da anciã. Ele recebeu a informação que não havia leito de UTI disponível para ela, o promotor então entrou com ação civil pública no mesmo dia e obteve decisão favorável. Após isso, veio a vaga em um leito de UTI Covid-19 no HRG e indígena foi transferida imediatamente.

Segundo o G1 Tocantins, a anciã testou positivo, mas os médicos optaram pela não intubação devido à idade avançada. Ela se tornou a quarta vítima da Covid-19 que a comunidade indígena tocantinense perdeu por complicações da doença em um espaço de oito dias. Em todo o Tocantins são 283 óbitos, segundo o último boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Óbitos indígenas

Nessa semana, o JTo também apurou que o indígena Fernando Javaé, 49 anos, morreu por conta da doença causada pelo novo coronavírus. Ele era cunhado do cacique da aldeia Boto Velho, Wagner Mairea Javaé, que fica no centro da Ilha do Bananal. Ele deixou a esposa, Creuza, irmã do cacique, e seis filhos, quatro homens e duas mulheres.

No dia 9 de julho houve a morte do primeiro Javaé, pela doença, Juraci Javaé, de 79 anos, da Aldeia São João, internado no HRG. No dia 12 de julho, o ancião João Sõzê, da etnia Xerente, faleceu por complicações da doença. Ele tinha 83 anos, era de Tocantínia, mas estava internado no Hospital Geral de Palmas (HGP) desde o dia 8 de julho.