Hoje, 15 de novembro, é comemorado o aniversário de 128 anos da República Brasileira. De acordo com os livros de história, a proclamação foi o resultado de um levante político-militar, que deu origem à República Federativa Presidencialista, pondo fim ao Império. O levante teve como um de seus responsáveis diretos o marechal Deodoro da Fonseca, que acabou se tornando o primeiro presidente brasileiro. Segundo o professor de história Antônio José Barros de Abreu, a proclamação foi possível graças à união de grupos com interesses diferentes e expectativas diferentes em relação ao que aconteceria após o Brasil deixar de ser um Império e passar a ser uma República. Entretanto, o que uniu a grande maioria dos brasileiros foi a insatisfação com a condução da nação. Essa insatisfação atingia a Igreja, o Exército, a burguesia (ricos ascendentes) e as classes mais baixas, que acreditavam que a nova ordem traria mais oportunidades.

“É importante sabermos da nossa história, o que aconteceu, as motivações que levaram a mudanças marcantes como essa”, disse Abreu, lamentando que atualmente os alunos não têm interesse em nada que não seja o presente, o agora, e desprezem a história. “Quando você não conhece sua história, você não tem como amar seu País e lutar para que as coisas melhorem. Não falta vontade de aprender história, falta civismo nas novas gerações”, pontuou o professor.

Ele disse que hoje o estudo de história está ainda mais interessante, porque os livros didáticos estão mais críticos, com novas versões e não têm mais como foco principal a fabricação de heróis nacionais. Entretanto, não existem outros materiais didáticos de apoio, que chamem a atenção dos alunos, cada vez mais ligados em tecnologia. “O professor sofre com salas lotadas de alunos que não têm o menor interesse nos conteúdos, então não têm como saberem quais são as datas que marcam a história do País”, sentenciou.

O professor Abreu disse que não imagina uma situação melhor no futuro. Pelo contrário, ele acredita que as datas comemorativas não são valorizadas nem mesmo pelas autoridades e que isso se reflete na falta de amor que o povo brasileiro tem pela Nação. “Em qualquer outro país essas datas são comemoradas com grandes festas cívicas e as pessoas demonstram orgulho e são pessoas são capazes de dar um braço pelo seu País. Aqui, nós vemos o Brasil sendo atacado por políticos corruptos, sendo saqueado e não fazemos nada, como se não tivemos a obrigação de defendê-lo”, disse.