Em vistoria realizada pela Defensoria Pública do Estado do Tocantins (DPE-TO), por meio do Núcleo Especializado de Defesa da Criança e do Adolescente (Nudeca), foram relatadas pelos adolescentes do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) agressões por parte de socioeducadores. Conforme o órgão, os jovens alegaram prática de tortura, agressões físicas e morais pelo coordenador do Case Palmas e alguns socioeducadores do plantão, e ocorreram no último domingo, 9, quando houve um princípio de motim no local.

Durante as visitas da Defensoria, que ocorreram nas últimas segunda e terça-feira, 10 e 11, a maior parte dos jovens relatou que houve tortura, agressões físicas e morais. E os ferimentos estão espalhados pelos corpos dos adolescentes, inclusive um deles levou 11 pontos na cabeça após um ferimento. Outra denúncia feita pelos socioeducandos foi que eles são privados de usar produtos básicos de limpeza e higiene, entregues por suas famílias.

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As agressões, conforme a DPE, teriam ocorrido após o princípio de motim após os adolescentes terem sido encontrados com chunchos (armas artesanais) e no momento em que houveram revistas, teriam começados as agressões. “Em nenhum momento eles disseram que entraram em luta corporal com os socioedicadores. E é impossível negar, diante das imagens que temos, que houve agressão”, comentou Larissa Pultrini, defensora pública e coordenadora do Nudeca.

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“Esse tipo de agressão foi algo que nos preocupou muito. Sempre temos denúncias pontuais de maus-tratos, mas nessa proporção não. Todos os adolescentes estão insatisfeitos com a situação”, completou a defensora, destacado que o órgão está também acompanhando demandas recorrentes do Case, como na melhora da alimentação, das visitas íntimas ou de estrutura do prédio.

Ao todo, o Case tem hoje 38 adolescentes recolhidos. Os feridos foram levados para fazer exames de corpo de delito. A DPE colheu depoimento de todos os adolescentes e solicitou à Secretaria de Cidadania e Justiça (Seciju) a abertura de procedimento administrativo contra os servidores envolvidos no caso, além do afastamento deles.

Por sua vez, Seciju informou que desconhece as supostas agressões físicas e que ainda não foi notificada pela DPE.