Visando elaborar projetos estratégicos para o desenvolvimento do etnoturismo nas comunidades indígenas da Ilha do Bananal, vários órgãos governamentais que trabalham diretamente com esse público, bem como representantes das etnias Javaés e Karajá estão se reunindo desde Outubro. A proposta é explorar esse viés econômico através da fomentação do turismo na maior ilha fluvial do mundo, atendendo as expectativas e necessidades de cada comunidade. As informações são da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden).

O primeiro encontro, que aconteceu no mês passado, foi desenvolvido o Plano de Trabalho de Ações Transversais para o Desenvolvimento do Etnoturismo de Base Indígena na Ilha do Bananal e, a partir daí, novos encontros estão sendo realizados como o que alinhou cronograma de ações e itinerários para visitação às comunidades no início desta semana. As visitações têm como objetivo conhecer a realidade das comunidades e começará a ser executada no ano que vem, a depender da agenda de cada órgão participante.

“A proposta é que cada aldeia tenha o seu projeto, que atenda aos seus anseios e que leve em conta as especificidades de cada uma delas e de seu potencial turístico”, destacou o diretor de Planejamento e Projetos Estratégicos da Seden, Marcos Miranda. Após as visitas, serão desenvolvidos os projetos específicos para cada comunidade.

Participam do processo a Seden, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além dos representantes das etnias Javaés e Karajá.

Para o Governo do Estado, a visitação turística em terras indígenas pode ajudar a gerar renda e a preservar o meio ambiente e a cultura das comunidades da Ilha do Bananal.

Para o presidente da Associação Viva Ilha do Bananal Carlos Javaé, o desafio é envolver toda comunidade indígena na discussão. “Nós sabemos que o turismo gera renda, mas se não for feito da forma correta pode gerar também destruição ambiental”, pontuou.  Ele reforçou também que existe um grande interesse por parte dos indígenas no desenvolvimento do turismo na Ilha do Bananal.